Correios culpam ‘taxa das blusinhas’ por rombo bilionário e anunciam corte de gastos
Diante da crise, os Correios anunciaram nesta segunda-feira (12) um pacote de medidas emergenciais para economizar R$ 1,5 milhão em 2025.

Os Correios atribuíram o prejuízo de R$ 2,6 bilhões registrado em 2024 à chamada “taxa das blusinhas”, imposto criado pelo governo Lula que, segundo a estatal, beneficiou o varejo nacional, mas impactou negativamente as encomendas internacionais, principal fonte de receita da empresa.
O resultado, publicado no Diário Oficial da União (DOU) na última sexta-feira (9), é quatro vezes maior que o prejuízo de 2023, quando a empresa registrou perda de quase R$ 600 milhões. O rombo também superou o déficit de 2016, que foi de R$ 1,5 bilhão — equivalente a R$ 2,3 bilhões, corrigidos pela inflação.
Diante da crise, os Correios anunciaram nesta segunda-feira (12) um pacote de medidas emergenciais para economizar R$ 1,5 milhão em 2025. Entre as ações estão a prorrogação do Programa de Desligamento Voluntário, redução de jornada com corte de salários e retorno ao trabalho presencial a partir de 23 de junho de 2025.
Outras medidas anunciadas:
Suspensão de férias até janeiro de 2026;
Corte de pelo menos 20% no orçamento de funções da sede;
Novos planos de saúde, com economia prevista de 30%.
Mesmo diante do prejuízo recorde, a estatal foi alvo de críticas por patrocinar eventos culturais, como a turnê do cantor Gilberto Gil, que recebeu R$ 4 milhões. Funcionários contestaram o gasto, em meio a atrasos no repasse do FGTS e dificuldades com planos médicos.
Além disso, os Correios estão sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) por suspeitas de irregularidades em uma licitação de quase R$ 400 milhões para serviços de publicidade. A apuração foi aberta após representação do deputado Leo Siqueira (Novo-SP).
O governo Lula tenta responsabilizar a gestão anterior pelos resultados negativos. No entanto, durante o governo Bolsonaro, a estatal registrou lucro histórico de quase R$ 4 bilhões e chegou a integrar o programa de privatização, que foi praticamente encerrado no atual governo.
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