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Durante coletiva de imprensa em Pequim, nesta terça-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a acusar Israel de promover um “genocídio” na Faixa de Gaza e pediu que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ajude a encerrar o conflito. O petista reforçou seu posicionamento contra as ações militares israelenses, que já levaram o governo de Israel a declará-lo persona non grata.

Lula elogiou a postura de Trump em relação à guerra entre Rússia e Ucrânia, ao criticar novamente o presidente democrata Joe Biden.

— Apesar das divergências que temos, considero importante a postura do Trump sobre a guerra [na Ucrânia]. Enquanto Biden falava em guerra todos os dias, o Trump dizia que queria paz. Espero que ele também possa ajudar a pôr fim ao genocídio em Gaza. Repito: aquilo não é uma guerra, é genocídio — declarou Lula.

O presidente ainda ironizou uma possível tentativa de Trump de transformar Gaza em um “resort”, afirmando que isso “não vai dar certo”.

Lula também voltou a atacar a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU), que, segundo ele, perdeu a capacidade de ser uma referência mundial. O petista defendeu, mais uma vez, a ampliação dos assentos no Conselho de Segurança.

— As decisões da ONU sobre Gaza não resultaram em nada. As pessoas aprenderam a desrespeitar a ONU, porque ela perdeu representatividade — afirmou.

Conib reage e acusa Lula de antissemitismo

As declarações de Lula acontecem após a Confederação Israelita do Brasil (Conib) acusá-lo de disseminar antissemitismo, em nota divulgada no domingo (11). A entidade reagiu às falas feitas por Lula em Moscou, no sábado (10), quando ele disse que o conflito em Gaza representa um “genocídio de um exército bem preparado contra mulheres e crianças, a pretexto de matar terroristas”.

— O presidente Lula, mais uma vez, faz declarações antissemitas ao acusar Israel de genocídio e de matar deliberadamente mulheres e crianças. Acusar judeus de matar crianças é uma das formas mais antigas e deploráveis de antissemitismo. É lamentável e perigoso que o presidente do nosso país continue promovendo esse libelo antissemita pelo mundo — disse a Conib.

A organização alertou ainda que Lula, ao insistir nesse discurso, coloca em risco a comunidade judaica no Brasil e distorce os fatos ao omitir que o Hamas — classificado como organização terrorista por diversos países, incluindo Estados Unidos e União Europeia — iniciou a guerra e usa civis como escudo.

— Falta verdade nas falas do presidente Lula. Foi o Hamas que iniciou essa guerra terrível, se escondendo atrás de civis e reféns para tentar promover seu objetivo genocida de exterminar Israel e os judeus — concluiu a Conib.