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Em vídeo, Henry disse a Monique: ‘Mamãe, atrapalho? Vem pra casa’

Depoimento da cabeleireira que atendeu mãe de Henry, em salão de shopping, traz conversa no dia de suposta agressão de Jairinho

15/04/2021 às 13h40
Por: Fernanda Souza Fonte: R7
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Reprodução
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A cabeleireira que atendeu Monique Medeiros, mãe do menino Henry Borel, na sexta-feira de Carnaval, em um salão de beleza de um shopping do Rio de Janeiro, relatou, em depoimento à polícia na última quarta-feira (14), que a cliente fez uma chamada de vídeo com a criança.

A funcionária do salão, que teve o nome preservado, ouviu a conversa e presenciou um pedido de Henry para a mãe voltar para casa. A data coincide com uma suposta tortura do Dr. Jairinho dentro do quarto do apartamento do casal na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

Na ocasião da chamada, a cabeleireira disse à polícia que notou que a criança “chorava, um choro manhoso” e perguntou a Monique se ela podia falar. “Mãe, eu te atrapalho?”, teria dito Henry. A mãe respondeu, segundo a cabeleireira, que não, de forma alguma. Em seguida, o menino pediu: “Mamãe, vem pra casa”.

A mãe perguntou, então, ao menino sobre o que havia acontecido, quando Henry respondeu que “o tio bateu” ou “o tio brigou”, segundo a cabeleireira. Na sequência, o celular da mãe, com a chamada de vídeo em andamento, mostra o garoto andando até o corredor e mancando. Nesse momento, era a babá que segurava o celular para mostrar a situação à mãe.

Monique, então, pergunta para a babá o que tinha acontecido. A cuidadora responde que não viu “porque a porta estava trancada”, relatou a cabeleireira enquanto cuidava do tratamento capilar de Monique. A cabeleireira termina a lavagem do cabelo e se distancia por 5 ou 10 minutos antes de iniciar a escova, momento em que Monique “estava um pouco agitada”.

Ligação para Jairinho

Dentro do salão de beleza, enquanto ainda tratava o cabelo, Monique fez ou recebeu uma chamada telefônica de Dr. Jairinho. De acordo com a cabeleireira, a mãe de Henry “já iniciou a chamada dizendo: ‘Você nunca mais fale que meu filho me atrapalha, porque ele não me atrapalha em nada'”.

A funcionária do salão disse à polícia que notou, então, que se tratava da mesma pessoa sobre quem o menino Henry havia se referido. Ainda, segundo a cabeleireira, Monique prosseguiu na ligação: “Você não vai mandar ela embora, porque se ela for embora, eu vou embora junto, porque ela cuida muito bem do meu filho. Ela não fez fofoca nenhuma, quem me contou foi ele”.

Do outro lado do telefone, no qual estaria Dr. Jairinho, vem uma mensagem que irrita Monique, que responde: “Quebra, pode quebrar tudo mesmo, você já está acostumado a fazer isso”. A cabeleireira relata que, nesse momento, a mãe de Henry “estava exaltada e gritava ao telefone, razão pela qual todos os presentes conseguiriam ouvir sua conversa”.

Término do serviço

Assim que terminou a ligação, Monique se virou para a cabeleireira e perguntou se conhecia alguma loja que vendesse câmeras no shopping. A funcionária do salão respondeu que sim e disse ter indicado à mãe de Henry onde havia lojas de eletroeletrônicos.

Neste momento, havia terminado o serviço de lavagem e escova do cabelo de Monique, que se apressou e pediu que a cabeleireira secasse a franja com rapidez, “pois ela precisava ir embora”. Ao concluir o serviço, Monique pagou na recepção e “foi embora do salão, apressada”, afirmou a cabeleireira.

Salão após a morte de Henry

A morte do menino Henry Borel ocorreu no dia 8 de março, quando o menino foi levado do apartamento do casal na Barra da Tijuca para um hospital, onde já chegou sem vida. Porém, no dia 12 de março, quatro dias após a perda do filho, Monique Medeiros esteve novamente no salão de beleza, de acordo com depoimento da cabeleireira.

Por volta de meio-dia, Monique chegou ao salão e, na recepção, pediu para ser atendida para serviços de hidratação, escova e unhas. Ela pediu para ser atendida pela mesma cabeleireira, que não pôde fazer o serviço porque estava com outra cliente naquele momento e avisou que demoraria. Monique, então, topou ser atendida por outro profissional.

No depoimento, a cabeleireira disse que só viu a mãe de Henry de longe, mas “pôde perceber que a mesma estava abatida”. Seis dias depois, no dia 18 de março, a cabeleireira disse que soube, “pelos comentários no salão, que a cliente Monique era mãe do menino Henry, que havia falecido”. Foi nesse momento, segundo ela, que associou a fisionomia de Monique à cliente “que havia atendido em duas oportunidades na loja”.

À polícia, a cabeleireira encerrou o depoimento ao dizer que “ficou muito mexida, com a consciência muito pesada, ao ter conhecimento do fato pela mídia, por entender que sabia de um fato relevante, que poderia ser útil às investigações, mas não teve coragem de noticiar à polícia, por medo”.

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