Quando o Barcelona recebeu o cheque de € 222 milhões (R$ 820 milhões, na cotação da época) do PSG referente à venda de Neymar, surgiu a dúvida: como o time catalão gastaria todo aquele dinheiro? Surgiu também a pressão para que o clube substituísse um de seus principais craques com nomes de peso. O Barça, então, usou duas janelas de transferências para quebrar seus próprios recordes e estabelecer uma inversão de papéis na comparação com seu maior rival. Nas últimas cinco temporadas, o time catalão gastou quase o dobro que o Real Madrid em contratações.
Desde 2013/14, quando o Real Madrid contratou Gareht Bale, e o Barcelona adquiriu Neymar, o Barça desembolsou € 764,17 milhões(cerca de R$ 2,9 bilhões no câmbio atual) em 23 diferentes contratações. Os merengues, por sua vez, gastaram € 456 milhões (R$ 1,7 bilhão), quase a metade. A contratação de Vinicius Junior, válida a partir da próxima temporada, não entra na conta.
Ressalta-se que ambos sofreram punições da Fifa e ficaram proibidos de inscrever jogadores em duas diferentes janelas de transferências no período – o Barcelona, em janeiro e junho de 2015, e o Real, em junho de 2016 e janeiro de 2017.
Com a chegada de Philippe Coutinho, o Barcelona atingiu a marca de € 312 milhões (R$ 1,2 bilhão) desembolsados na atual temporada, de acordo com dados do site especializado Transfermarkt. Nunca, em toda sua história, o clube gastou tanto em apenas uma temporada. O valor considera € 120 milhões para a aquisição do brasileiro – toda a operação pode custar até € 163 milhões (R$ 632 milhões), com € 33 milhões variáveis, e € 10 milhões pagos pelo próprio jogador.
O montante supera e muito o recorde anterior, da temporada 2014/15, quando os catalães foram às compras com € 166,72 milhões e levaram, entre outros jogadores, Suárez, Mathieu, Vermaelen e Rakitic. Com Dembélé e Coutinho, o Barcelona superou, pela primeira vez, a marca dos € 100 milhões em apenas uma contratação. As maiores aquisições do clube antes haviam sido Neymar (€ 88,2 milhões) e Luis Suárez (€ 81,72 milhões).
Na contramão, o Real Madrid mudou sua política. Um dos maiores gastadores do futebol mundial, os merengues estão tímidos nas últimas janelas e miram jovens em ascensão e com menor custo. Exemplos dessa situação são as contratações de Lucas Vázquez, por € 1 milhão, e Asensio, por € 3,5 milhões.
Desde 2000, a equipe fez a maior contratação da história quatro vezes, com Figo, Zidane, Cristiano Ronaldo e, por último, Bale, em 2013. Com o galês, o Real foi o primeiro a superar os € 100 milhões. Desde então, com as exceções de James Roríguez e Vinicius Junior, não gastou mais que € 31,5 milhões por um jogador. (O jovem do Flamengo chegará ao clube apenas para a temporada 2018/19 e não entrou no levantamento acima.)O Barcelona tinha em sua base um trunfo. Formou o grande time comandado por Guardiola com pelo menos sete jogadores formados no clube: Valdés, Puyol, Piqué, Busquets, Iniesta, Xavi, Pedro e Messi. Mas, nas últimas temporadas, os catalães precisaram ir às compras. Da atual equipe titular, os últimos advindos do centro de formações de La Masia são Busquets e Jordi Alba.
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