Após a confirmação de duas mortes dentro da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), nesta sexta-feira (7), familiares de alguns detentos se reuniram em frente à penitenciária em busca de informações de parentes. A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) disse que não houve rebelião no local, mas não descarta a ocorrência de outros homicídios.
Um grupo de cerca de 20 pessoas foi para a frente da UPP, nesta tarde, para aguardar notícias dos familiares presos na unidade. Apreensivos, eles começaram a chegar ao local ainda no fim da manhã, após fotos de corpos serem divulgadas em redes sociais.
Em frente à unidade, eles chegaram a fazer uma roda de orações para pedir pela vida dos detentos. "Meu filho está preso aí por ter assaltado. Nesse momento, eu fico desesperada como mãe aqui fora esperando uma resposta do que aconteceu", disse a mãe de um detento da unidade prisional, que não quis ter o nome divulgado na reportagem.
Por volta de 17h30, cerca de 20 viaturas da Tropa de Choque e equipe antibombas entraram no presídio.
Outra familiar, que também não quis se identificar, afirmou ter chegado na Unidade Prisional por volta das 10h, após a morte do detento conhecido como "Boca Rica". "Meu marido está preso. Não deram nenhuma resposta para nós até agora. Ainda pouco vi uma foto dele amarrado mas não sei se ele está bem", comentou a mulher.
"Ficamos desesperadas por respostas. Cada pessoa que está aqui é por um propósito. Em situações dessa, como a do início do ano, nós sempre somos os últimos a saber o que aconteceu e se nossos familiares estão bem", disse outra familiar.
Um dos mortos que teve o nome confirmado pela SSP foi Janderson Araújo da Silva, o "Boca Rica". Segundo o secretário de Segurança, Sérgio Fontes, o homem teria ligação com a facção Família do Norte (FDN) e seria o braço direito do traficante "João Branco", líder do grupo criminoso detido em presídio federal. A FDN seria responsável pelo massacre de presos ocorrido em janeiro deste ano no Amazonas.
A morte de outro preso foi confirmada horas depois pela SSP, mas a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap) não divulgou o nome da vítima até o fim da tarde desta sexta (7).
Fontes informou ainda que não houve rebelião no local e que a situação está controlada. Entretanto, ele diz que policiais estão dentro da UPP para vistoria e que novas mortes não são descartadas.
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