Presos ameaçam governador do RN: 'Vai chorar muito antes de morrer'

O clima de tensão permanece no Rio Grande do Norte e completa hoje sete dias. Desde o último sábado (14), os detentos fazem rebeliões na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Região Metropolitana de Natal, que já deixou pelo menos 28 presos mortos, a maioria durante um confronto no final de semana. 
De acordo com a coluna Explanada, do jornal "O Dia", a polícia interceptou uma gravação em que um dos detentos chega a ameaçar o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), de morte. “Esse governador vai chorar e muito antes de morrer”, teria dito um dos presos segundo a coluna.
Na segunda-feira (16), ele tinha dito que a situação no presídio estava controlada, mas admitiu que ontem (19) que o ambiente dentro e fora da penitenciária era de descontrole. Segundo a coluna, o governador potiguar está andando com quatro seguranças e de carro blindado. 
Ataques
Ontem, o clima de tensão que já marcava os presídios se espalhou para as ruas de Natal. De acordo com a TV Globo, mais de 20 ônibus foram queimados na capital potiguar e em municípios da Região Metropolitana. Por conta disso, agentes das Forças Armadas vão fazer patrulhas pelas ruas de Natal e ajudar na segurança. 
No conflito que aconteceu dentro de Alcaçuz na quinta-feira, pelo menos dois presos morreram e outros ficaram feridos. Pela manhã desta sexta-feira, o clima era de relativa tranquilidade, apesar da circulação livre dos detentos pelos pavilhões, alguns deles ocupando o teto das estruturas ainda com as bandeiras hasteadas. 
O motim foi retomado após a saída da maior parte dos policiais de batalhões de operações especiais, que haviam entrado no local no fim da tarde desta quinta-feira. Com o término da operação, os pavilhões das unidades prisionais voltaram a ser controlados pelos detentos. 
Durante a madrugada, houve novos ataques a ônibus na capital potiguar. Uma garagem voltou a ser invadida na zona norte de Natal e mais dois veículos foram queimados. A polícia acredita que os ataques a coletivos estejam ligados à rebelião em Alcaçuz. As empresas de ônibus decidiram dispensar seus funcionários e suspenderam a circulação das linhas municipais, causando transtornos a cerca de 400 mil passageiros que dependem do serviço.