Mais de 500 servidores da Secretaria Estadual de Educação e Qualidade do Ensino (Seduc), que deveriam estar em sala de aula, foram obrigados a participar de uma reunião, com lista de presença e tudo mais na noite desta segunda-feira (26), para que o candidato Marcelo Ramos (PR) pudesse pedir votos. Ele estava acompanhado do secretário de educação, e homem de confiança do governador José Melo (Pros), Algemiro Ferreira Lima.
O encontro “irrecusável” aconteceu no Sítio Abraço Verde, no bairro Parque das Laranjeiras, onde logo na entrada era necessário confirmar a presença em uma listagem para evitar punições no ambiente de trabalho.
Apesar de Marcelo Ramos negar veemente o apoio do governador, a reunião deixou bem claro que José Melo aposta todas as suas fichas nessa candidatura, sem se importar, em mais uma vez usar a máquina de forma deliberada, forçando servidores a apoiar seu candidato.
A denúncia do convite obrigatório partiu de servidores da secretaria que alegam serem induzidos diariamente a apoiar Marcelo Ramos, sob pena de exoneração, no caso de comissionados, e perda de função gratificada no caso de estatuários.
O evento foi aberto pelo próprio secretário Argemiro, que depois de pedir votos para o afilhado do governador, ainda fez um “show de piadas” para os presentes, que se mostravam visivelmente constrangidos.
Depois de Argemiro, quem falou foi o deputado Josué Neto, candidato a vice na chapa de Marcelo Ramos. Neto agradeceu aos presentes e disse que estava feliz de ter tantos “amigos" presentes. Marcelo fez um discurso em que agradeceu Omar Aziz, Alfredo Nascimento, mas manteve o nome de Melo escondido.
Quem saiu prejudicado com a reunião desta segunda, foram os milhares de estudantes do período noturno da rede estadual de Educação. Eles foram dispensados das aulas para que os professores e gestores fossem ao evento de apoio do candidato Marcelo. Mais uma aberração do governo Melo para ajudar o seu candidato, Marcelo Ramos, vulgarmente chamado de “MarMelo”.
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