Ao longo da apresentação da defesa na fase de debates, o advogado de defesa Cláudio Dalledone, no caso do delegado Sotero, afirmou, na tarde desta sexta-feira (29), que quem escolheu o caminho da violência foi Wilson Justo Filho.
"Ele foi atacado por dois homens. Gustavo Sotero não apresentava nenhuma postura violenta. Ele ficou por dois minutos e 22 segundos perto daquele grupo e foi o tempo para ser mal interpretado por Wilson Justo, que escolheu a violência. Ele fez uma escolha desgraçada", argumentou a defesa perante o júri.
Os jurados e presentes no plenário receberam da defesa simulações da ação de Sotero no momento do crime. "A ação de Wilson teve uma reação, mas antes Sotero gritou que era polícia, mas foi surpreendentemente atacado pelo homem [Wilson] ágil, forte, musculoso, jogador de rugby. Ele foi agredido, hostilizado e um delegado quase teve sua arma roubada", argumentou a defesa de Sotero.
Dalledone discursou aos jurados sobre a rapidez na denúncia do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM). "Em nove dias sem nenhum laudo, sem materialidade, esse homem foi denunciado. Ele não tinha intenção de matar ninguém. Uma pena de 60 anos de reclusão é absurda. Enquanto isso, esse mesmo grupo protege pessoas acusadas publicamente no Estado. A mesma promotora já opinou contra a prisão de homens que atiraram na polícia. Para ela, não foi tentativa de homicídio", expôs a defesa na tentativa de convencer o júri.
Para a defesa, não há base para a condenação de Gustavo Sotero. A mudança por cinco vezes de depoimentos de Alexandre Mascarenhas, amigo de Wilson e que estava no dia 25 de novembro de 2017, para Dalledone é um dos indícios de que Sotero foi agredido injustamente.
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