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Sotero chora durante depoimento e pede perdão à família de vítima

“Eu não tinha intenção de matar ninguém. Eu não saí de casa para matar ninguém", disse o delegado da Polícia Civil

29/11/2019 às 14h28 Atualizada em 29/11/2019 às 14h33
Por: Fernanda Souza Fonte: Acrítica
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Reprodução
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Lágrimas, arrependimento e revolta marcaram o depoimento do delegado de Polícia Civil Gustavo Sotero, 43 anos, nesta sexta-feira (29), no Tribunal do Júri, na Zona Centro-Sul, feito ao advogado Cláudio Dalledone, responsável pela defesa do réu. Sotero chorou ao pedir perdão às famílias da dentista Fabíola Rodrigues Pinto e do advogado Wilson Justo Filho, vítima fatal no crime ocorrido na noite do dia 25 de novembro de 2017.

Novamente confrontado com o vídeo das câmeras de segurança do circuito interno da casa noturna onde o crime ocorreu, Sotero relatou o que aconteceu minutos antes dos disparos. “Gustavo Sotero, o senhor toma o soco e prontamente atira?”, questionou Dalledone. “Por favor, fale calmamente sobre o ocorrido segundo por segundo”, a todo momento dizia o advogado de defesa.   

“Eu levei o soco, coloquei a mão no rosto e em seguida balancei a cabeça. Alguém me empurrou para frente e no momento em que voltei à posição onde eu estava procurei minha arma pois ela poderia ter caído no chão. Nesse momento eu disse para Wilson: ‘Para, polícia’. E em seguida houve os disparos”, declarou Sotero. No testemunho de Fabíola, realizado na quarta-feira (27), a dentista disse que ouviu Sotero falar ao marido dela “você mexeu com a pessoa errada”.

Dalledone perguntou a Sotero se concorda com a reação de Wilson. “Ele foi traiçoeiro e covarde”, respondeu o réu. “E depois dos disparos o que aconteceu?”, indagou o advogado de defesa. “Eu procurei o chefe da segurança, Diego, e pedi para me retirar do local pois outras pessoas queriam me hostilizar. A sargento da Polícia Militar, Michelle, me deu voz de prisão em flagrante. Eu entreguei minha arma a ela e fui conduzido até o 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP)”, lembrou o réu.

Disputa pela arma

Durante o testemunho, o réu afirmou que Wilson tentou pegar a arma de fogo. Dalledone, acompanhado dos advogados Caio Fortes e Renan Pacheco Canto, assistentes da defesa, simulou junto com Sotero como a vítima fatal o empurrou na disputa pela arma. “Ele jogou todo o corpo contra mim. E a todo momento tentava pegar a arma da minha mão”, disse Sotero.

“A agressão em algum momento havia sido encerrada?”, questionou Dalledone. “Ele investiu contra mim novamente e eu o empurrei para frente do palco. Naquele instante, eu guardei a arma na minha cintura e saí do local. A todo momento Wilson estava forte, ativo e violento”, complementou o réu.

Questionado se teve a intenção de matar Wilson Filho e tentar matar Fabíola Rodrigues, esposa da vítima fatal, Yuri José Paiva Dácio e Maurício Carvalho Rocha, na noite do crime, o réu negou de maneira contundente. “Eu não tinha intenção de matar ninguém. Eu não saí de casa para matar ninguém. Wilson veio para cima de mim, eu reagi por instinto, naquele momento ele era um adulto e uma ameaça”, frisou o delegado de Polícia Civil.

Documentos

Durante os questionamentos, o advogado Dalledone mostrou um documento emitido seis dias antes do crime, de caráter sigiloso, endereçado a todas as autoridades policiais do Estado do Amazonas. Nesse documento, assinado pela Segurança Nacional, declarava estado de alerta máximo para os delegados (as), uma vez que, segundo o material, a facção criminosa Família do Norte (FDN) ameaçava realizar uma chacina contra os policiais. O aviso emitido foi para manter todos da Segurança Pública em alerta.

Dalledone apresentou no plenário um documento onde a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Amazonas (OAB–AM) solicitava a alteração da tipificação do crime de homicídio e lesão corporal para homicídio qualificado e tentativa de homicídio. Na ocasião, também apresentou um vídeo gravado em  2017 pelo advogado e presidente da OAB–AM, Marco Aurélio Choy. Nas imagens, Choy garantia que o crime não ficaria impune.

Comoção

Assim como a acusação fez, a Defesa iniciou o testemunho do réu evocando o histórico familiar, dificuldades para formação, chegada em Manaus e passagens por cidades do interior do Amazonas, onde Sotero já atuou como delegado de polícia. Ao falar sobre a mãe costureira, presente no plenário, o réu chorou e lembrou a todos que, assim como as vítimas, também tem família e é pai de quatro filhos. O testemunho durou cerca de 1 hora e 40 minutos.

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