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Promotor ameaça deixar julgamento de Sotero após interrupção de advogado

"Toda vez que eu faço questionamentos sobre a noite do crime, para esclarecer os fatos, a defesa me interrompe. Desse jeito eu não vou continuar”, disse o promotor George Pestana

29/11/2019 às 13h45 Atualizada em 29/11/2019 às 13h47
Por: Fernanda Souza Fonte: Acrítica
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Reprodução
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O promotor público George Pestana ameaçou deixar a sessão do Tribunal do Júri nesta sexta-feira (29) após interrupção do advogado Cláudio Dalledone, responsável pela defesa do delegado de Polícia Civil Gustavo Sotero.

Pedindo pela ordem ao juiz Celso de Paula, que preside o julgamento, o advogado do réu afirma que Pestana repete os questionamentos de forma desnecessária ao delegado acusado da morte do advogado Wilson Justo Filho, ocorrida na noite do dia 25 de novembro de 2017, em uma casa noturna situada na Zona Oeste de Manaus.

“Quando eu faço uma pergunta que dói na defesa, a defesa me interrompe. Toda vez que eu faço questionamentos sobre a noite do crime, para esclarecer os fatos, a defesa me interrompe. Desse jeito eu não vou continuar”, retrucou Pestana. O juiz Celso de Paula solicitou mais uma vez calma de ambas as partes e novamente pediu que os advogados façam perguntas objetivas.

Quantas doses?

Sobre a noite do crime, minutos antes dos disparos, Pestana questionou Sotero sobre a quantidade de bebida alcoólica ingerida naquela noite. Sotero respondeu que apenas tomou uma dose de whisky e comprou uma ficha porém não chegou a trocar pela bebida. O promotor público apresentou os documentos do fluxo de consumo daquela noite, fornecidos pela casa noturna.

“No sistema do bar consta que o senhor comprou às 00h29 duas fichas de whisky. Uma ficha foi retirada às 00h33. E a segunda ficha, consta no sistema, às 1h06. Minutos depois está registrada uma nova compra de mais duas fichas da mesma bebida. Dessas novas fichas, às 1h38, a bebida foi retirada no bar. E na outra ficha não consta a retirada da bebida”, pontuou Pestana.

O réu explicou que uma dose ele tomou assim que chegou na casa noturna. O outro copo, com a segunda dose, caiu com o soco desferido pelo advogado Wilson Justo Filho. A terceira dose, segundo Sotero, não chegou a tomar. “Daquela noite restou uma ficha que foi encontrada no meu bolso”, declarou o réu.

Dinâmica

Sobre a dinâmica dos fatos que culminou no homicídio do advogado Wilson Justo Filho, Sotero assistiu frame a frame o vídeo das câmeras de segurança do circuito interno. Pestana fez questionamentos sobre a situação, bem como a suposta agressão que o psicólogo Alexandre Mascarenhas, 38 anos, teria cometido contra o réu logo após o soco desferido pela vítima fatal.

“Para onde o senhor olhava fixamente? Era para Fabíola?”, questionou Pestana. “Não olho fixamente para ninguém. Não olho fixamente para ela. Essas pessoas não existem para mim nesse momento. Eles não existiam para mim aí nessas imagens antes de tudo”, respondeu Sotero. “O que Wilsinho diz a você nesse momento?”, indaga o promotor. “Ele não diz nada para mim, apenas me encara de forma incisiva”, afirma novamente o réu.

Sotero afirmou que após o soco, Alexandre Mascarenhas, amigo de Wilson Justo, tentou agredi-lo e a vítima fatal tentou tomar a arma de fogo da mão dele e nesta tentativa o empurrou até próximo a saída de emergência onde, segundo o réu, caiu no chão.

"Eu tinha acabado de levar um soco. Foi tudo muito rápido. Estava rodeado de gente. Eu disse a Wilson 'para, polícia'. E vi alguém tentar puxar a minha arma e pegar em mim. Eu reagi para me defender", disse o réu.

Trajetória na PC

No início do testemunho de Sotero, a Promotoria fez questionamentos sobre a carreira de policial do réu, tais como treinamento e conhecimentos técnicos acerca da manutenção e manuseio de arma de fogo. Pestana colocou uma arma de fogo que ficou na mesa e de frente a Sotero. Por questões de segurança o juiz Celso de Paula conferiu se o objeto estava sem munições.

Em seguida, George Pestana apresentou documentos do ano de 2012 no qual constam o afastamento de Sotero das atividades na delegacia que atuava por problemas psicológicos.

Em outro documento interno da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), datado do ano de 2014, Pestana atestou que mesmo afastado por questões psicológicas, Sotero teve a arma devolvida antes do prazo estipulado pela junta médica da PC – AM. Em defesa, Sotero argumentou que o médico particular contratado por ele, o liberou para manusear a arma de fogo novamente.

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