Dados da pesquisa Datafolha divulgados na manhã desta segunda-feira (22), apontam que 4 em cada 10 brasileiros não conseguem citar uma medida positiva ou de destaque dos primeiros seis meses do governo de Jair Bolsonaro.
Questionados sobre o que de melhor havia feito o presidente no período, 39% dos entrevistados responderam "nada". Outros 19% não souberam responder à pergunta. A pesquisa foi realizada entre os dias 4 e 5 de julho, sendo entrevistadas 2.860 pessoas, em 130 cidades.
De acordo com o instituto, o percentual de brasileiros que não destacam qualquer ação positiva do governo no período ("nada"), é maior entre as mulheres. A desaprovação do governo para este público de mulheres no Nordeste vai para 45%; e 52% para fiéis de religiões de matriz africana. O número chega a 76% na faixa dos que avaliam a gestão como "ruim ou péssima".
Dos entrevistados que afirmaram ter votado no então candidato do Partido Social Liberal (PSL) para presidente, 17% responderam não ver o que destacar positivamente das ações do governo. Enquanto isso, 8% das pessoas ouvidas na pesquisa avaliaram haver avanços na segurança. Os que mais se referiram à segurança como o melhor do governo foram os homens e habitantes do Norte e do Centro Oeste (11%).
Medidas de governo
De acordo com a pesquisa, 7% elogiaram a proposta da reforma da Previdência e 4% elencaram o combate à corrupção como medidas positivas da gestão Bolsonaro. Para 4%, merece destaque a iniciativa de flexibilizar o porte e a posse de armas no país e, para 1%, as de acabar com o horário de verão e nomear Sérgio Moro para chefiar o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). As relações comerciais firmadas pelo Itamaraty com outros governos, foi lembrada por 2% e os ministros escolhidos, por 1% dos entrevistados.
Os decretos das armas aparecem em primeiro lugar entre as iniciativas ruins, mencionadas por 21% dos entrevistados. O repúdio é maior entre os negros (25%) e espíritas (28%).
Logo em seguida na lista de piores medidas vem a reforma da Previdência (12%) e imagem pública (9%), que leva em conta as recentes declarações de Bolsonaro consideradas desnecessárias ou ofensivas, e também sobre a relação com os filhos no ambiente público.
Por outro lado, quando questionados o que Bolsonaro teria feito de pior, 18% disseram que nada. Esse número passa para 22% entre os evangélicos, para 24% na região Sul, para 25% entre os amarelos e os que têm 60 anos ou mais e para 36% entre os que avaliam o governo como ótimo ou bom.
Outros 3% elegeram os cortes de verbas na educação e 1% citaram racismo ou homofobia e aumento do desemprego, entre outras respostas.
A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é 95%.
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