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Abrigo de refugiados venezuelanos está em situação precária em Manaus

Fossas entupidas, fornecimento insuficiente de energia elétrica e falta de água são alguns dos problemas encontrados na Casa de Acolhimento Alfredo Nascimento II

22/07/2019 às 08h56 Atualizada em 22/07/2019 às 08h59
Por: Fernanda Souza Fonte: A Critica
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Foto: Márcio Silva
Foto: Márcio Silva

Fossas entupidas, fornecimento insuficiente de energia elétrica e falta de água são alguns dos problemas enfrentados pelos moradores da Casa de Acolhimento Alfredo Nascimento II, no bairro Cidade de Deus, Zona Norte de Manaus. O local, onde funcionava o Residencial São José, foi alugado pela Prefeitura de Manaus para alojar os refugiados venezuelanos da etnia warao.

“Sofro com esses problemas desde que cheguei aqui, há cerca de um ano”, conta o morador Antonio Simplicio Zapata. Ele diz que as fossas entupidas resultam na subida de dejetos das caixas de gordura instaladas nas áreas comuns do abrigo, dividido em cinco blocos. O último serviço de limpeza executado por uma empresa especializada foi realizado há cerca de dois meses no bloco 3, onde vivem aproximadamente cem pessoas, segundo estimativa de Antonio. O serviço foi custeado com dinheiro coletado pelos próprios moradores. 

“As baratas estão subindo à superfície por causa das fossas entupidas e atacando as crianças”, afirma o borracheiro Elisvan Silva, que mora numa residência em frente ao abrigo e costuma fornecer água encanada aos imigrantes. “Às vezes dou dinheiro para comprarem café e açúcar, por exemplo. Já emprestei R$ 250 para ajudar a pagar um ônibus que transportou um grupo do abrigo até o velório de uma moça de 17 anos”, acrescentou.

“Eles fazem filas para encher baldes, e isso continua até nove horas da noite, horário em que vão dormir”, conta a esposa de Elisvan, a dona de casa Marlene Sousa. “A Prefeitura instalou uma caixa d’água com capacidade inferior a 2 CV, o que é insuficiente para atender o pessoal”, opina o motoristas Jones Aragão. Os apartamentos dos blocos 4 e 5 estão sem energia elétrica.

Além da precariedade no fornecimento de serviços essenciais, os imigrantes também sofrem com a suspensão de doações de cestas básicas da prefeitura. “Antigamente, chegava comida. Estamos há duas semanas sem comer. Ontem (sábado) recebemos apenas nove quilos de arroz e dividimos entre a gente”, relata Antonio.

Ele informa que a renda para comprar produtos como feijão, farinha, frango e peixe é obtida por meio da mendicância, função exercida exclusivamente pelas mulheres do abrigo.

Instalações precárias

Durante visita ao Centro de Acolhimento, a reportagem de A CRÍTICA constatou a situação precária das instalações do local. Faltam pias e vasos sanitários, e a higiene pessoal é feita com água acondicionada em baldes e recipientes de plástico. Em alguns apartamentos, a água do esgoto escorre para os apartamentos inferiores por causa das infiltrações no teto.

“Já reivindicamos melhorias para a prefeitura, mas nada foi feito”, lamenta Maximiliano Medina, o cacique do abrigo - espécie de líder comunitário.

Semasc relata redução de recursos

Em nota, a Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc) informou que o espaço foi entregue com todos os banheiros funcionando. Segundo a pasta, o término de recursos concedidos pelo Governo Federal também causou a redução de alimentos doados ao abrigo.

“Houve um problema com a bomba de água há alguns meses, mas o locatário resolveu com a substituição. Atualmente o fornecimento de água funciona normalmente. O que ocorre é que, por uma falta de pressão, às vezes o último bloco acaba ficando sem o fornecimento, mas há torneiras acessíveis a todos”, diz a nota.

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