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Sérgio Moro orientava acusação na Lava Jato e agia como chefe do MPF, revela vazamento

Ex-juiz teria pedido que provas fossem incluídas em processos que ele mesmo julgaria depois, escolheu datas de operações e fez pressão contra determinadas delações

05/07/2019 às 11h42 Atualizada em 05/07/2019 às 11h46
Por: Fernanda Souza Fonte: O Dia
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Reprodução
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Depois de divulgar polêmicas reportagens – que revelam diálogos comprometedores entre o então juiz federal e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, e procuradores da Operação Lava Jato –, o site The Intercept começou a fazer parcerias com outros veículos da imprensa. Por conta disso, uma outra leva de vazamentos foi divulgada em parceria com a Folha de S.Paulo no último fim de semana , e, nesta sexta (5), a revista Veja publicou mais uma matéria exclusiva sobre o assunto. Os diálogos divulgados hoje mancham ainda mais a imagem de Moro.
 
Segundo os novos vazamentos, o ex-juiz teria pedido, em mensagens diretas a procuradores da Força-Tarefa da Lava Jato , que provas fossem incluídas em processos que ele mesmo julgaria depois. Além disso, Sergio Moro teria mandado acelerar ou retardar operações a seu desejo e fez pressão para que determinadas delações não andassem. Assim, segundo a revista, o agora ministro de Bolsonaro teria ultrapassado suas funções como juiz e atuado como chefe do Ministério Público Federal (MPF).

Em uma das conversas divulgadas pela revista Veja , essa registrada em 28 de abril de 2016, o coordenador da Força-Tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol , diz à procuradora Laura Tessler que Sergio Moro teria o alertado para o fato de faltar uma informação na denúncia contra Zwi Skornicki – representante de estaleiro que pagou propinas a Petrobras. O alerta de Moro seria uma forma de ajudar um dos lados no processo. 

"Laura no caso do Zwi, Moro disse que tem um depósito em favor do Musa e se for por lapso que não foi incluído ele disse que vai receber amanhã e da tempo. Só é bom avisar ele", diz Dallagnol. "Ih, vou ver", teria respondido a procuradora. A conversa resultou em mudança nos autos já que, no dia seguinte, o MPF incluiu um comprovante de depósito de 80 mil dólares feito por Skornicki a Musa. Minutos depois, Moro aceita e denúncia e, na sua decisão, comenta o exato documento que havia pedido para incluir na ação.
Ainda segundo a revista, em um conversa registrada entre o procurador Deltan Dallagnol com seus colegas do MPF, no dia 13 de julho de 2015, ele teria comemorado um encontro com o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). "Caros, conversei 45 m com o Fachin. Aha uhu o Fachin é nosso", vibrou Dallagnol. Hoje, Fachin é o relator da Lava Jato no Supremo. 

Por fim, outra revelação feita pela revista é a de que, de acordo com os vazamentos, Moro teria "cruzado a linha da imparcialidade" em relação aos acordos de delações fechados com o MPF. Afinal, no dia 5 de julho de 2017, Moro, em uma conversa privada com Dallagnol às 23h11, teria comentado e se posicionado a respeito de rumores de uma possível delação do ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB).
Todas as conversas vazadas nas reportagens produzidas pelo The Intercept ocorreram no aplicativo de mensagens Telegram. De acordo com a reportagem da Veja , os arquivos que chegaram ao site de forma anônima somam 1 milhão de mensagens e somam mais de 30 mil páginas de conteúdo.

"Rumores de delação do Cunha... espero que não procedam", diz o então juiz. Dalla­gnol afirma que tudo não passa de rumores. "Só rumores. Não procedem. Cá entre nós, a primeira reunião com o advogado para receber anexos (nem sabemos o que virá) Acontecerá na próxima terça. estaremos presentes e acompanharemos tudo. Sempre que quiser, vou te colocando a par”, afirma o procurador. Moro, então, reforça seu posicionamento. "Agradeço se me manter (sic) informado. Sou contra, como sabe".
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