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Incêndio que destruiu o Museu Nacional começou no ar-condicionado do auditório, diz laudo da PF

Segundo perito, um dos três equipamentos não possuía aterramento externo, e não havia disjuntor individualizado para cada um deles.

04/04/2019 às 11h14
Por: Larissa Botelho Fonte: G1
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Reprodução/JN
Reprodução/JN

A Polícia Federal afirmou que um curto em um dos aparelhos de ar condicionado causou o incêndio do Museu Nacional. A tragédia destruiu a instituição centenária - e seu acervo - da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, na Zona Norte do Rio, em setembro do ano passado.

Segundo Carlos Alberto Trindade, perito especialista em incêndio que detalhou o laudo do acidente, o primeiro sinal de fumaça foi identificado às 19h13. "O fogo começou no auditório, no pavimento térreo", afirmou Trindade.

O perito Marco Antônio Isaac, especialista em eletricidade, enfatiza que foi identificada falha na instalação do sistema de ar. "Um dos três equipamentos não possuía aterramento externo e não havia disjuntor individualizado para cada um deles", explicou.

Identificado o ponto onde o fogo surgiu, 75% da área do palácio foi liberada pelos peritos para o resgate de peças, reservando o auditório e suas adjacências para que a equipe continuasse investigando as causas do incêndio.

Todo o material do auditório foi retirado lentamente, para que fossem vasculhadas peças do acervo. Com o espaço vazio, os peritos identificaram toda a rede elétrica e equipamentos elétricos da área, foco principal da investigação até então.

Ainda de acordo com Trindade, testes foram feitos no piso do auditório com matérias combustíveis distintos, como álcool, gasolina e diesel. Segundo o perito Carlos Trindade, o objetivo era confrontar as marcas provocadas no piso pelas chamas geradas com esses materiais com as que foram formadas após o incêndio. “Não identificamos nenhuma marca provocada por material propagador de chama”, afirmou.

Parte elétrica

Segundo o perito Marco Antônio Isaac, especialista em eletricidade, na parte principal da rede elétrica do museu, não foi identificado nenhum sinal de curto ou falha provocada por agente externo.

Os equipamentos elétricos encontrados no auditório foram periciados, a fim de se identificar se algum deles tinha sinais de ter originado as chamas. Segundo os peritos, caixas de som, projetor e outros aparelhos não apresentavam nenhum sinal suspeito. Análises mais detalhadas passaram a ser feitas nos três equipamentos de ar-condicionado que havia na sala.

“Nós identificamos logo no início que havia o rompimento de um fio no aparelho que ficava mais próximo do palco do auditório”, disse.

Segundo o rompimento do cabo é “típico de um evento de uma sobrecorrente, uma corrente maior que o aparelho pode suportar sem queda do disjuntor”.

Técnicas modernas foram usadas na perícia

O superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Ricardo Saad, que abriu a coletiva, destacou que as investigações só tiveram início depois de garantida a segurança do prédio. Peritos de vários estados foram enviados ao Rio para o trabalho pericial.

“A investigação contou com técnica muito modernas que puderam de fato apontar as causas do incêndio”, afirmou Saadui.

O primeiro passo da perícia foi registrar imagens do museu. "Foram feitas centenas e centenas de imagens", enfatizou.

Rocha explicou que havia riscos para o trabalho dos peritos, e registrar a situação do prédio após controladas as chamas era fundamental, já que havia risco de colapso de toda a estrutura.

Foi feita uma ortofoto com drone, uma imagem que sobrepõem, segundo o perito, mais de mil fotografias de alta resolução que permitiram preservar a imagem do museu logo após o incêndio.

Ainda segundo Rocha, que é especialista em audiovisual, algumas câmeras que estavam em funcionamento registraram a fumaça, o que permitiu aos peritos identificarem parte do trajeto percorrido por ela dentro do prédio.

Incêndio destruiu grande parte do acervo

O incêndio de grandes proporções que destruiu o Museu Nacional começou por volta das 19h30 do domingo, 2 de setembro, e só foi controlado no fim da madrugada de segunda-feira (3). Mas pequenos focos de fogo seguiam queimando partes das instalações da instituição que completou 200 anos em 2018 e foi residência de um rei e dois imperadores.

A maior parte do acervo, de cerca de 20 milhões de itens, foi totalmente destruída. Fósseis, múmias, registros históricos e obras de arte viraram cinzas. Pedaços de documentos queimados foram parar em vários bairros da cidade.

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