A demissão em massa de funcionários não concursados da Eletrobras Amazonas Energia, anunciada ontem pela empresa em comunicado extraodinário, deve atingir 227 servidores. A informação é do presidente do Sindicato dos Urbanitários do Amazonas (STIU-AM), Edney Martins, que tratou a medida como "desumana e inconsequente".
Para ele, a medida é resultado do processo de privatização da estatal - que ainda não foi feito mas já foi anunciado como planejada pelo Governo Federal. Segundo o sindicalista, os funcionários demitidos não receberão rescisão.
“A ação é desumana e inconsequente. Essas pessoas trabalham há mais de 20 anos nesta empresa, já adquiriam várias doenças pelo o tempo trabalhado nesta instituição. Eles estão fazendo esta demissão de maneira irresponsável. A ideia deles é que, para vender, tem que enxugar o quadro de funcionários. E são descartados sem rescisão contratual. Vão embora mal com o salário do mês”, declara.
Edney revela que a demissão de vários funcionários experientes da Eletrobras vai impactar negativamente também para o consumidor. Para ele, poderá haver piora no sistema de energia e até encarecimento no valor da conta.
Neste mês, serão demitidos 44 funcionários, outros 150 serão mandados embora em março, e os outros 33 serão dispensados em abril, totalizando 227 trabalhadores demitidos. O Sindicato vai buscar a Justiça do Trabalho, com a intenção de provar que a demissão dos funcionários é irregular. “Estamos pedindo ajuda aos deputados, vereadores, governadores. Queremos pelo menos a rescisão. E que pelo menos façam uma escala de demissão para que eles alcancem a aposentadoria”, diz Edney.
Privatização é uma das prioridades do governo
O desligamento dos funcionários não concursados da Eletrobras Distribuição Amazonas acontece no momento em que o governo federal concentra esforços na privatização da estatal. Atualmente, o governo vem removendo entraves legais que impedem a desestatização da empresa.
Na abertura dos trabalhos legislativos no Congresso Nacional, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, destacou a discussão da desestatização da Eletrobras e suas subsidiárias, como a Amazonas Distribuição, entre os temas prioritários.
Na mensagem ao Congresso, o presidente Michel Temer também enfatizou o projeto de desestatização. A perspectiva é que a pauta seja discutida neste ano pelo Congresso Nacional com a desestatização da Eletrobras e empresas subsidiárias.
“Temos, hoje, modelo de concessões e privatizações com regras claras e estáveis. Em 18 meses, foram 70 projetos, que correspondem a R$ 142 bilhões em investimentos – e, em 2018, serão 75 outros projetos. São mais e melhores aeroportos, portos, rodovias, ferrovias, linhas de transmissão. É um Brasil de mais produtividade, de mais empregos”, diz a mensagem do presidente.
por Rebeca Mota
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