O delegado Gustavo Sotero, preso em flagrante pelo assassinato do advogado Wilson Justo Filho, no Porão do Alemão, na madrugada deste sábado, alegou em depoimento que agiu em legítima defesa.
A versão, a qual a reportagem de A Crítica teve acesso, consta no auto de prisão registrado no 19o Distrito Integrado de Polícia. O relato de Sotero diverge do depoimento da testemunha Alexandre Mascarenhas Pinto, que também consta no documento. Segundo ele, a confusão iniciou quando Gustavo atirou deliberadamente na perna da esposa de Wilson, Fabíola Oliveira.
Em seu depoimento, Sotero afirma que foi surpreendido com um soco e que chegou a pedir para o advogado parasse a agressão. O delegado também alegou que não conhecia a Wilson Justo, e que não teve noção de que atirou em outras pessoas. Ele afirmou não saber precisar quantos tiros efetuou, “mas que foram somente os disparos necessários para pôr fim à agressão sofrida”.
Testemunha aponta outra versão
Depoimento de Alexandre Mascarenhas, que consta no auto de prisão, aponta para outra versão. Segundo ele, Wilson estava abraçado à esposa, quando Gustavo disparou um tiro na perna da vítima. Segundo a testemunha, neste momento Wilson partiu para cima de Gustavo. Ele seguiu atirando e acertou a barriga de
Wilson, segundo o depoimento. O advogado correu e tentou se esconder em um canto para não ser baleado, mas a testemunha afirma que Gustavo foi atrás de Wilson e atirou mais duas vezes. Segundo os relatos que constam no documento, Wilson estava com bastante sangue na orelha e no abdômen.
A testemunha afirmou, ainda, desconhecer o motivo da confusão, pois estava concentrado no show que acontecia na hora. Segundo ele, tudo ocorreu de maneira muito rápida.
Definição
O delegado Gustavo Sotero deve passar por uma audiência de custódia neste sábado, às 14h, no Fórum Henoch Reis. A audiência de custódia define se ele segue preso ou se responderá em liberdade.
O presidente da OAB-AM, Marco Aurélio Choy, convocou toda a classe dos advogados do Amazonas para ir ao local pressionar e cobrar a prisão do delegado.
Muitos delegados estavam presentes no 19o DIP, onde o caso foi registrado, ao longo da manhã de hoje, mas não quiserem conversar com a imprensa.
O velório de Wilson Justo Filho será realizado na sede da OAB-AM.
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