Cinco pessoas foram presas e três foram conduzidas coercitivamente para prestar esclarecimentos durante a operação 'Jaleco Preto', realizada pela Polícia Civil do Amazonas na manhã desta quinta-feira, na cidade de Rondonópolis (MT).
A operação desarticulou uma quadrilha especializada em aplicar o golpe do 'falso médico'. Eles acessavam prontuários de hospitais e entravam em contato com famílias de pacientes, cobrando valores por procedimentos cirúrgicos, exames e medicações que jamais eram entregues.
Segundo a equipe de investigação do 23º Distrito Integrado de Polícia, pacientes de dez hospitais particulares do Amazonas foram alvos dos bandidos. O titular do 23º DIP, delegado Cícero Túlio, ressaltou que as investigações apontaram que, além das unidades hospitalares do Amazonas, hospitais de pelo menos cinco estados foram alvos da atuação da quadrilha, sendo o Pará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás.
A operação teve como objetivo cumprir oito mandados de prisão temporária, além de três mandados de condução coercitiva na Penitenciária Major PM Eldo Sá Correa, conhecida como “Mata Grande”, em Rondonópolis.
Até o momento foram cumpridos os três mandados de condução coercitivas em nome dos detentos Jhon Anderson Lima Silva, 27; José Divino Ribeiro Feitosa, 38, e Diego Gabriel Mariano Garcia, 24. Cícero Túlio informou que José Divino e Diego são formados no curso de Direito. Dos oitos mandados de prisão temporária, até agora foram cumpridos cinco em nome de Victor Porto de Freitas, 20; Vilma Alves Dias, 41; Letícia Paranha da Silva, 21; Thaynara Tauane Pereira das Chagas, 19, e Andressa Nogueira de Souza Martins, 24.
Conforme Cícero Túlio, os integrantes da quadrilha se passavam por médicos e mantinham contato com familiares de pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de, pelo menos, 10 hospitais particulares no Amazonas. Os indivíduos solicitavam quantias em dinheiro dos familiares das pessoas internadas sob a alegação de realizar exames de urgência nas mesmas. As vítimas eram escolhidas entre pessoas com condições financeiras de arcar com as despesas médicas.
De acordo com o delegado, as investigações em torno do caso iniciaram há dois meses. Durante os trabalhos foi identificado que o núcleo operacional da quadrilha comandava o restante dos integrantes do grupo de dentro da penitenciária “Mata Grande”. Os outros indivíduos da organização criminosa operavam a parte financeira e ficavam responsáveis por disponibilizar contas bancárias utilizadas para o recebimento de valores oriundos dos golpes.
De acordo com as investigações, os comandantes da quadrilha também ordenavam o tráfico de drogas, além da adulteração de sinais identificadores de veículos automotores para realizar assaltos de dentro da penitenciaria. Durante a operação foi realizada revista na penitenciária de Mata Grande.
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