A mulher de Dário Lima Lira, Carla Santiago, 31, reconheceu o corpo do marido, encontrado no canteiro de obras da Avenida das Flores, no bairro Cidade Nova I, no início da manhã desta quarta-feira (9). O homem era ex-funcionário da família de Thales Josafá, morto ontem em um latrocínio, e foi apontado pelo pai do adolescente como um dos envolvidos no crime.
Segundo Carla, vários homens, aproximadamente de 30 motoqueiros, cercaram a casa dela e da sogra de Dário, no bairro do Manoa, comunidade Vale do Sinai, na zona norte de Manaus. Eles invadiram a casa da mãe dela e disseram para a família que só queriam o Dário, que foi levado por volta das 23h30 de ontem.
Segundo Carla, Dário não teve envolvimento com o latrocínio e ‘foi morto por engano’, a mando da família de Thales. Grávida de cinco meses, ela contou que Dário tinha duas passagens pela polícia,uma por tráfico e outra por roubo, mas que estava tentando se ‘recuperar’.
Carla ainda relatou que Dário estava desempregado após ser demitido da loja de assistência técnica, há dois meses.
“Ele admirava muito a família e o Thales, brigava com todo mundo por eles”, disse a mulher. “Ele soube da morte já pelo Facebook, na hora ele disse: tá repreendido”.
No período da tarde, segundo a mulher, foi que a família teve conhecimento de que Dário estava sendo apontado como um dos participantes.
“Uma amiga minha mandou, pelo Whatsapp, a foto falando se era o meu marido. Logo depois começaram a rondar a minha casa”, disse.
Segundo ela, Dário planejava se apresentar à polícia e já tinha contatado um advogado, mas, mesmo com essa afirmação, Carla continuou sustentando a inocência do marido com relação ao latrocínio.
“Ele estava comigo, a gente estava vendo umas coisas da casa, que eu ia demolir, para construir outra”, garantiu.
O perito da Polícia Civil, Marcelo Rodrigues, informou que os crimes, ocorrido no bairro Nova Cidade e na Baixada Fluminense, apresentaram as mesmas características e com intervalo muito curto entre uma morte a outra, conforme apontaram as análises periciais do estado do corpo dos dois homens.
“Ele tinha sinais de pequenas perfurações na testa, característica de tortura, como quem diz: ‘fala, fala!’ Apontando a faca contra a cabeça, sabe?”, disse o perito.
Segundo os policiais que acompanharam a ocorrência, a expectativa é que outros dois corpos ainda sejam encontrados nesta quarta-feira. Ao todo, segundo as filmagens apresentadas ontem pela família de Thales, quatro pessoas estavam envolvidas no latrocínio.
A reportagem tentou contato com Sidney Sá da Silva, pai de Thales, mas não conseguiu retorno pelo telefone.
O corpo foi levado pelo Instituto Médico Legal (IML).
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