Fux diverge de Moraes e vota contra restrições a Bolsonaro
Ministro do STF afirma que não há provas concretas de tentativa de fuga e considera medidas, como tornozeleira eletrônica e recolhimento noturno, excessivas.

O ministro Luiz Fux foi a única voz dissonante entre os cinco integrantes da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) ao votar contra as medidas cautelares impostas pelo colega Alexandre de Moraes ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O julgamento, realizado em plenário virtual e encerrado na noite desta segunda-feira (21), terminou com placar de 4 a 1 pela manutenção das restrições, que incluem tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e veto ao uso de redes sociais.
Fux considerou as sanções excessivas e sem respaldo em provas recentes que indiquem risco de fuga ou obstrução de Justiça. Para ele, o ex-presidente tem endereço conhecido, passaporte retido e não há elementos novos que justifiquem o cerco judicial. “As medidas atingem de forma desproporcional liberdades fundamentais”, escreveu o ministro em seu voto.
A maioria da Turma – formada por Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Moraes – seguiu o relator, que sustenta que Bolsonaro estaria atuando para dificultar as investigações e coagir envolvidos. As cautelares foram determinadas por Moraes na última sexta-feira (18) e agora seguem vigentes com aval do STF.
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