Após a Eletrobras anunciar o risco de calote total ou parcial da dívida de R$7,6 bilhões da Amazonas Energia, a empresa que pode não ser capaz de honrar com obrigações monetárias, tenta compensar as perdas financeiras com a implantação do Sistema de Medição Centralizada (SMC) nas residências de Manaus.
Um documento enviado à Securities and Exchange Commission (SEC), equivalente americano à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Eletrobras ressalta que, ao longo do ano passado, o risco de inadimplência se agravou devido a questões legais.
A ideia era pôr em prática, o plano de investimentos de R$ 2 bilhões, que consiste em instalar até 2030, SMC para trocar 440 mil medidores analógicos por eletrônicos na capital amazonense. No entanto, a companhia enfrenta embargos com a decisão do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), que proibiu no dia 28 de março, a instalação dos medidores aéreos. É a quarta vez que a Justiça proíbe a instalação dos equipamentos.
Além da proibição da Justiça, a Câmara Municipal de Manaus (CMM) aprovou com unanimidade, o Projeto de Lei nº 375/2022 que prevê a proibição da instalação dos medidores alegando “poluição visual”. O prefeito David Almeida (Avante) sancionou o projeto de lei e agora a lei é municipal.
Com isso, a prática abusiva da Amazonas Energia já é destacada por vereadores, deputados estaduais e federais do Amazonas, que denunciam violações, como a insistente tentativa de instalação dos medidores, feitas pelo deputado federal Fausto Junior (União Brasil) neste sábado, 22.
Assim como ele, o deputado estadual Mário César Filho também se manifestou sobre o SMC. Ele denunciou ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM), uma campanha publicitária da Amazonas Energia que declara: “Quem é contra o medidor, é a favor do crime”.
Na esfera municipal, o vereador Sassá da Construção (PT), disse que tal afirmação é um “desrespeito contra o povo”. E que foi para às ruas e lutou contra o sistema, considerado duvidoso pela maior parte dos consumidores.
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