Segundo uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), o Ministério da Defesa usou a verba destinada ao enfrentamento da Covid-19 para a compra de filé mignon, picanha e outros alimentos finos. Os gastos são das Forças Armadas durante a pandemia em 2020, quando o chefe da pasta ainda era o general Fernando Azevedo e Silva.
A inspeção do TCU iniciou a investigar as supostas irregularidades na aquisição dos produtos alimentícios desde 2017. As despesas das Forças Armadas de 2020 chamaram a atenção dos técnicos. O relator do caso é o ministro Walton Alencar Rodrigues.
Segundo a Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog) foram usados R$ 535 mil em itens de luxo, e produtos não essenciais devido à crise sanitária que o país estava enfrentando naquele ano, conforme publicado na Folha de São Paulo nesta segunda-feira (27).
Era esperado que os gastos com alimentação fossem reduzidos do Ministério da Defesa, já que tudo estava em regime telepresencial de trabalho. Diferente dos Ministérios da Educação e da Saúde, por exemplo, que aumentou essas despesas com justificativa.
Cerca de R$ 557 mil foram gastos em itens não essenciais com recursos da Covid-19. Desse total correspondem a despesas da Defesa, ou 96% do total.
Veja o comparativo de três anos dos gastos com alimentação:
Ministério da Defesa: R$ 4 bilhões; Ministério da Educação: R$ 2 bilhões; Ministério da Saúde: R$ 567 milhões
Os dados analisados pelo TCU foram extraídos dos bancos oficiais da administração pública federal, sendo eles: o Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (Siasg), o Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) e o Portal de Compras Governamentais (Comprasnet).
Em nota, o Ministério da Defesa afirmou que as atividades do Exército, da Marinha e da Aeronáutica foram mantidas na pandemia, por isso a alimentação ainda foi mantida nos gastos.
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