O secretário de segurança pública do Estado, Sérgio Fontes e o titular da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Pedro Florêncio, confirmaram a morte de pelo menos 60 detentos do Complexo Penitenciário Antônio Jobim (Compaj) durante rebelião que encerrou na manhã desta segunda-feira (2). Todos os mortos fazem parte da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e estupradores.
Sérgio Fontes confirmou que a rebelião foi iniciada por conta de uma guerra entre as facções Família do Norte (FDN), que comandou o massacre, e o PCC. "Isso já vem de um tempo, nós já estávamos nos reunindo e discutindo uma estratégia com o nosso comitê de crise. Essa guerra tem afetado o Brasil como um todo, tivemos os mesmos problemas mas em menores proporções em outros Estados. É bom ressaltar que essas mortes foram todas causadas pelos próprios detentos e já estamos abrindo um inquérito, eles responderão por isso".
Fontes reforçou que por ser uma guerra por espaço a nível nacional a resposta deve ser nacional. "É preciso que todas as entidades federativas se empenhem ao combate ao narcotráfico. Evitamos várias rebeliões, as rebeliões evitadas não são contadas e ontem não conseguimos, em torno de 60 vidas foram ceifadas infelizmente".
Pedro Florêncio destacou que além dos 13 funcionários da empresa Umanizare, haviam mais 70 detentos mantidos reféns. "Conseguimos negociar e evitamos mais mortes. Eles não fizeram exigências difíceis, pois a intenção era simplesmente exterminar a facção rival. Simplesmente pediram a estadia de todos dentro da unidade prisional e acompanhamento dos direitos humanos".
Ele confirmou, ainda, a carbonização do ex-policial Moacir Jorge Pessoa da Costa, conhecido com "Moa", acusado de integrar uma organização criminosa comandada pelo ex-deputado estadual Wallace Souza, segundo investigações da polícia.
Sem estrutura
Sem estrutura física e com apenas 20 gavetas, o Instituto Médico Legal (IML) receberá reforço de um caminhão frigorífico para receber os corpos, que foram muito violentados, segundo o secretário de segurança. "Foram mortes muito violentas, com esquartejamentos e decapitações como forma de passar um recado ao PCC", elencou Fontes.
Diálogo com o governo Federal
Fontes informou que o governador José Melo entrou em contato com o ministro da Justiça a fim de encontrarem um meio de retaliar o narcotráfico pelas fronteiras do Estado. "É preciso de um recurso muito maior pra coibir este crime organizado. O Brasil é o segundo maior consumidor de cocaina do mundo, primeiro consumidor de craque não temos uma plantação de folha de coca em território nacional. Entra tudo pelas fronteiras, por a região norte precisa de prioridade na questão da segurança".
Foragidos
Sobre os foragidos do IPAT, foram 87. Aproximadamente 40 foram recuperados. A SSP ainda não contabilizou o número de foragidos do Compaj, que mantinha 1.229 internos, de acordo com Pedro Florêncio.
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