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ONU: Bolsonaro culpa 'índios e caboclos' por incêndios e critica 'fique em casa'

Presidente afirmou que a propagação do fogo está relacionada à queima de roçadas por parte de caboclos e índios

22/09/2020 às 13h22 Atualizada em 22/09/2020 às 13h39
Por: Fernanda Souza Fonte: O Dia
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Reprodução
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O presidente Jair Bolsonaro afirmou em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU nesta terça-feira, que os incêndios no Pantanal e na Amazônia vêm sendo usados numa "brutal campanha de desinformação" com o objetivo de atacar seu governo. Ele afirmou que o apoio de instituições internacionais a esta suposta campanha é explicado pela riqueza dos biomas brasileiros. Pressionado mundialmente após o País registrar recordes de queimadas na Amazônia e no Pantanal que ameaçam acordos comerciais, o líder brasileiro atribuiu a índios e caboclos a disseminação do fogo em áreas de preservação.

"Nosso agronegócio continua pujante e, acima de tudo, possuindo e respeitando a melhor legislação ambiental do planeta. Mesmo assim, somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal. A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil."

O presidente afirmou que a propagação do fogo está relacionada à queima de roçadas por parte de caboclos e índios. "Nossa floresta é úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior. Os incêndios acontecem praticamente, nos mesmos lugares, no entorno leste da Floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas."

Em sua fala, Bolsonaro disse que "focos criminosos são combatidos com rigor e determinação". "Mantenho minha política de tolerância zero com o crime ambiental. Juntamente com o Congresso Nacional, buscamos a regularização fundiária, visando identificar os autores desses crimes", afirmou.

Bolsonaro alegou que a extensão das regiões Amazônia e do Pantanal dificulta o combate às queimadas e também o trabalho de fiscalização como a extração ilegal de madeira. "Lembro que a Região Amazônica é maior que toda a Europa Ocidental. Daí, a dificuldade em combater, não só os focos de incêndio, mas também, a extração ilegal de madeira e a biopirataria", disse o presidente. "O nosso Pantanal, com área maior que muitos países europeus, assim como a Califórnia, sofre dos mesmos problemas", completou, citando que "as grandes queimadas são consequências inevitáveis da alta temperatura local, somada ao acúmulo de massa orgânica em decomposição".

No discurso, gravado na semana passada, Bolsonaro fez críticas a medidas de isolamento social contra a covid-19 e acusou a imprensa de espalhar pânico sobre a pandemia. "Como aconteceu em grande parte do mundo, parcela da imprensa brasileira também politizou o vírus, disseminando o pânico entre a população. Sob o lema 'fique em casa' e 'a economia a gente vê depois', quase trouxeram o caos social ao País", afirmou. Com mais de 137 mil mortos, o Brasil é o segundo país do mundo em número de óbitos e o terceiro em casos, com mais de 4, 5 milhões de pessoas contaminadas. Bolsonaro acusou a imprensa de "politizar" a doença e lamentou as mortes no mundo.

O presidente também citou que uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) delegou a prefeitos e governadores medidas para conter a propagação da covid-19, distorcendo o teor do que decidiram os ministros da Corte. Diferentemente do que disse Bolsonaro, a decisão assegurou aos Estados e municípios autonomia para tomar medidas que tenham como objetivo tentar conter a propagação da doença, mas não exime a União de realizar ações e de buscar acordos com os gestores locais.

Como de tradição, o presidente brasileiro foi o primeiro chefe de Estado a discursar no evento, que ocorre de forma virtual e presencial neste ano.

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