O Primeiro Comando da Capital (PCC) paga auxílio mensal a lideranças e faccionados que executaram missões de risco, como o assassinato de servidores públicos. A informação foi confirmada pela Polícia Federal durante as investigações da Operação Caixa Forte, cuja segunda fase foi deflagrada nesta segunda-feira (31/8).
Os policias identificaram os responsáveis pelo chamado “Setor do Progresso” da facção. Ficou comprovado que valores arrecadados com o tráfico de entorpecentes eram, em parte, canalizados para inúmeras outras contas bancárias da facção, inclusive para as do “Setor da Ajuda”, responsável por recompensar membros da facção recolhidos em presídios.
Foram identificados 210 integrantes do alto escalão da facção, presos em penitenciárias federais, que recebiam valores mensais por terem ocupado cargos de relevância na organização criminosa ou executado missões determinadas pelos líderes como, por exemplo, execuções de servidores públicos. A investigação é conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco), da PF.
Para garantir o recebimento do “auxílio”, os integrantes do grupo indicavam contas de terceiros não pertencentes à facção para que os valores, oriundos de atividades criminosas, ficassem ocultos e supostamente fora do alcance do sistema de justiça criminal.
O próprio líder do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, que está preso na Penitenciária Federal de Brasília, é acusado pelo Ministério Público Estadual (MPE) de ter ordenado a morte de servidor. O alvo era o promotor de Justiça Lincoln Gakiya e o chefe da Coordenadoria dos Presídios da Região Oeste do Estado (Croeste), Roberto Medina.
O plano para matar o promotor e Medina foi descoberto em dezembro de 2018. Bilhetes codificados com informações sobre o crime foram encontrados durante revista a companheiras de presos que dividiam a cela com Marcola.
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