O jovem Clayton Oliveira denunciou em sua conta no Instagram, na tarde desta quinta-feira (13) que foi vítima de homofobia praticada por um motorista de aplicativo que teria lhe espancado após descobrir que o passageiro era homossexual.
De acordo com o relato do jovem, ele regressava da casa de um amigo no bairro Alvorada, na zona Centro-Oeste de Manaus, quando foi questionado pelo motorista do carro se “era gay”.
“Eu disse que sim e então comecei a ser espancado, levando socos e gritos de que ‘viado’ precisa morrer”, relatou em sua postagem.
Em seguida, segundo o relato, ele passou a ser brutalmente espancado e, para encerrar as agressões, precisou pular do carro em movimento, pedindo ajuda em seguida em um posto de gasolina. Na pressa, teria pego apenas uma de suas bolsas, deixando para trás objetos pessoais que ele afirma terem sido roubados pelo motorista.
Horas depois na publicação, já na madrugada desta sexta-feira (14), o homem apontado como o motorista que teria agredido Clayton gravou um vídeo em frente a uma unidade policial de Manaus. Nas imagens ele se apresenta e nega ser o suposto agressor. Ele afirma que emprestou a conta para um parente, que efetivamente trabalhava com o serviço de aplicativo.
“Não fui eu, sou trabalhador e estava trabalhando no momento em que soube essa notícia. Também estou abalado e vim esclarecer qualquer mal entendido, disposto a cooperar”, disse o motorista com um boletim de ocorrência nas mãos.
Também no Instagram, outra conta identificada como @sarrazin_bruno, com apenas três publicações no feed e um vídeo nos IGTV, desmentia a versão contada por Clayton. Nas imagens, uma mulher reproduz áudios que ela afirma terem sido gravados dentro do veículo no momento da discussão entre motorista e passageiro.
O diálogo acontece de forma acalorada e com muitos palavrões. Nas publicações do perfil no Instagram há prints de tela em que uma conta que supostamente pertence ao usuário do aplicativo oferece sexo oral ao motorista por meio de uma mensagem de texto na plataforma. Em outra captura de tela, um segundo motorista de app se diz vítima de uma abordagem inadequada do mesmo passageiro.
O perfil de Clayton, onde foram publicadas as denúncias, foi apagado na na noite desta quinta-feira (13), pouco antes da publicação desta matéria.
Apesar dos desmentidos, uma questão falta ser respondida: quem dirigia o veículo e agrediu Clayton? Tentamos contato com o homem que divulgou ser o dono da conta no aplicativo mas não obtivemos sucesso.
Pelas redes sociais, a empresa emitiu um comunicado informando que excluiu o motorista da plataforma e disse que não compactua com nenhum tipo de racismo ou homofobia.
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