Uma pedagoga de 25 anos denunciou, na segunda-feira (10), o pai por estupro. Ela afirmou à polícia que era vítima do crime desde os 9 anos, e ainda disse ter sido obrigada a fazer um aborto aos 15. O pai - um pedreiro, de 47 anos - foi preso em flagrante após a denúncia. Outras duas irmãs da pedagoga também teriam sofrido estupros cometidos pelo pai. Uma das filhas ficou estéril após um aborto realizado em casa.
Investigadores da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (Deccm) prenderam o homem por volta das 10h30 da segunda-feira, na casa onde ele morava, no bairro Jorge Teixeira, na Zona Leste de Manaus. A prisão contou com o apoio do Grupo Fera.
O pai foi apresentado à imprensa na manhã desta terça-feira (11). Ele disse temer a ida para o presídio e afirmou que se arrepende dos crimes. "Foi um momento de 'leseira' [besteira] minha. Estou arrependido", disse o suspeito.
Em depoimento, a pedagoga contou sofrer estupros há 16 anos e que outras duas irmãs, hoje com 29 e 22 anos, também eram abusadas sexualmente pelo pai desde que eram crianças.
A denunciante e a irmã mais velha teriam engravidado aos 15 anos depois de serem estupradas pelo pai. Elas afirmaram para a polícia que foram obrigadas a abortar. O homem tem oito filhos, sendo seis mulheres. As filhas mais novas têm idades de 18, 15 e 9 anos.
A delegada disse acreditar que a vítima não denunciou o crime antes por medo do pai. A mãe das vítimas abandonou a família em 2007, após presenciar um dos estupros.
"Acredita-se que o temor que o pai exerce nos filhos, porque a vítima fica extremamente vulnerável, elas também não tinham o apoio da mãe. O autor tem filhas menores e o caso será investigado pela delegacia do menor. A mãe pode ser indiciada por omissão porque ela sabia e apenas ameaçou deixá-lo, nunca de denunciá-lo. Eles eram vistos como uma família religiosa porque frequentavam a igreja juntos, ele lia a Bíblia com eles de noite e dizia que assim os pecados podiam ser perdoados", conta Andrea.
Segundo a delegada, o homem foi preso em flagrante por estupro e o caso será encaminhado também para a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) porque os estupros começaram na infância. O pedreiro deve ser indiciado ainda por estupro de vulnerável.
Nascimento disse ainda que outras filhas contaram que o pai entra em lugares que elas estão se trocando ou tomando banho para olhá-las. "No pensar dele, é uma troca de favores porque ele comprava roupas, sapatos para as filhas e elas tinham a obrigação de pagar com sexo", relata a delegada.
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