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Atraso no pagamento de funcionários de empresas investigadas pela PF prejudica atendimento

05/10/2016 às 09h08
Por: Portal Holofote Fonte: D24am
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Foto: Reprodução\ Internet
Foto: Reprodução\ Internet

O atraso no pagamento dos funcionários contratados por empresas acusadas de desvio de recursos públicos do Fundo Estadual de Saúde do Amazonas na operação Maus Caminhos, pela Polícia Federal (PF), e que tiveram as contas bloqueadas, está prejudicando a assistência médica em unidades de saúde do Estado. Técnicos de enfermagem e enfermeiros estão deixando seus postos de trabalho e sobrecarregando a capacidade de atendimento, segundo os funcionários remanescentes.
A precariedade do trabalho, segundo uma enfermeira que preferiu não ser identificada, faz com que muitos colegas deixem de prestar os serviços nas unidades em que a Total Saúde, uma das empresas contratadas pelo Instituto Novos Caminhos, usada, de acordo com a PF, para desviar recursos públicos. Segundo a enfermenira, em decorrência dos atrasos, o atendimento no Instituto da Mulher Dona Lindu está sobrecarregado.
“Os pacientes não têm culpa, por isso a gente vai trabalhar, mas a situação está complicada, muitos colegas faltam por causa desse atraso. Está sobrecarregado demais, hoje (04) estou com 12 pacientes, sendo dez mães com bebês, ou seja, 20. E eu não dou assistência adequada, não tem como”, disse a enfermeira.
Segundo ela, a recomendação do Ministério da Saúde (MS) é que cada profissional atenda no máximo oito pacientes. Além dos salários, os trabalhadores afirmam que estão sem o repasse da empresa para o vale-transporte e alimentação.
Após dezenas de enfermeiros, técnicos de enfermagem e outros trabalhadores contratados pela empresa Salvare, para serviços terceirizados realizarem uma paralisação na UPA Campos Sales, uma das unidades de saúde do Estado que eram geridas pelo Instituto Novos Caminhos, pacientes da unidade reclamaram, ontem, sobre a demora no atendimento, devido à falta de profissionais.
A cuidadora de idosos Maria Batista, 55, trouxe o paciente Aryeh de 85 anos, para receber assistência médica na unidade. O cadeirante, que reclamava de dores nas pernas e inchaço, estava há mais de uma hora sem atendimento, segundo ela. Conforme a cuidadora, o serviço na UPA estava precário desde o mês passado, quando a operação da PF foi deflagrada.
A dona de casa Michele Reis, 35, também reivindicou um atendimento mais ágil para a filha que havia sofrido um corte no pé. Com apenas um esparadrapo como forma de curativo no local, a dona de casa aguardava atendimento de um cirurgião para fazer os pontos cirúrgicos.
“Eu acho que não tem cirurgião aqui, porque tem mais de uma hora que estamos aqui esperando e com certeza, a maioria desses pacientes não veio para cirurgia. Acho que não tem é médico para nos atender”, disse ela.
Centro de reabilitação 
No Centro de Reabilitação Ismael Abdel Aziz, em Rio Preto da Eva, os funcionários da empresa Salvare Saúde continuam realizando o acompanhamento dos dependentes químicos. O diretor da unidade, o psiquiatra Pablo Gnuztmann, foi um dos acusados presos pela Polícia Federal, no último dia 20 de setembro. 
Na entrada do centro de reabilitação, localizada no quilômetro 53 da rodovia estadual AM-010, estrada que liga os municípios de Manaus e Rio Preto da Eva, um dependente químico, identificado apenas como João, retornava para a instituição e aguardava o funcionário da Salvare, para conduzí-lo. 
Na portaria, o DIÁRIO não foi autorizado a entrar. Uma funcionária de segurança comunicou que, após a prisão do ex-diretor da unidade a entrada havia ficado “mais restrita”. 
No site do Instituto Novos Caminhos, está descrito que a unidade de Rio Preto da Eva dispõe de capacidade para internar 120 pacientes, por um período de 90 dias. Ainda segundo a publicação no endereço eletrônico do instituto, para a construção deste centro, o governo do Estado gastou cerca de RS 16,9 milhões, entre obras e equipamentos.
No último dia 21 de setembro, quando a operação foi deflagrada, o delegado da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Alexandre Teixeira, havia informado que, por uma determinação da Justiça Federal, o governo do Estado tinha sido obrigado a nomear gestores públicos para assumir a Unidade de Pronto- Atendimento (UPA) Campos Sales, em Manaus, o Centro de Reabilitação em Dependência Química, em Rio Preto da Eva, e a UPA 24 Horas e Maternidade Enfermeira Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga, que eram administradas pelo  Instituto Novos Caminhos (INC).
O DIÁRIO entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) pedindo esclarecimentos sobre a atuação da Salvare no centro de reabilitação e sobre o atraso nos pagamentos, assim como a lentidão nos atendimentos médicos nas unidades que possuem funcionários das empresas investigadas, mas, até o fechamento desta edição, não obtivemos resposta.

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