O psicólogo Alexandre Mascarenhas, 38, amigo do advogado Wilson Justo Filho, morto no dia 25 de novembro de 2017, chorou durante o depoimento prestado na sessão desta quinta-feira (27), segundo dia do julgamento do delegado de Polícia Civil Gustavo de Castro Sotero.
Na noite do crime, Alexandre, testemunha chave do caso, acompanhava Wilson e a esposa, a dentista Fabíola Rodrigues Pinto de Oliveira, na casa noturna situada na Zona Oeste de Manaus, onde o crime ocorreu. Ao promotor público George Pestana, o psicólogo afirmou que antes dos disparos, Sotero em um gesto ofereceu bebida a Wilson e, em seguida, o réu piscou em direção ao casal.
"Fabíola e Wilson estavam abraçados debaixo da escada. Wilson ficou incomodado com algo. E ouvi ele dizer a Fabíola 'é para ti'. E só depois notei a presença do delegado", disse Alexandre.
Nas imagens da câmera de segurança, durante os disparos, o psicólogo fica próximo a escada do estabelecimento e presencia todo o fato. Em continuação ao depoimento, Alexandre relatou ao promotor que, após o primeiro disparo, Wilson ficou acuado em uma mureta na tentativa de se defender. Segundo ele, Sotero continuou os disparos. "Ele (Wilson) passou correndo em direção ao palco. Notei que já cambaleava. Eu vi a Fabíola no chão e tentei acalmá-la", disse o psicólogo.
Nas imagens do circuito interno é possível notar que Alexandre coloca o braço entre Wilson e Sotero. Questionado pela promotoria para onde e o que dizia, Mascarenhas afirmou que falava com Sotero. "Eu disse ao réu 'não, para! Por favor'. E puxei o casal para mais próximo da escada", pontuou o psicólogo.
Clima
A sessão de hoje (27) iniciou em clima de tensão. O advogado Cláudio Delladone, principal advogado de defesa, e o fonoaudiólogo Ricardo Molina, assistente de acusação, contracenaram um atrito na entrada do plenário. Molina entrou no meio da entrevista que Dalledone concedia à imprensa na porta do plenário.
No tribunal, o juiz Celso de Paula, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri, solicitou compostura dos advogados de ambos os lados. Dalledone acusa George Pestana de ficar com "gracejos". Por sua vez, o promotor afirma para a acusação que "é apenas o trabalho". O plenário também foi advertido por manifestações.
Em tom mais alto, Celso de Paula advertiu os advogados em razão das perguntas. "Aqui é um trabalho sério. Senhores não façam perguntas com 'eu acho'. Façam a pergunta direta e pronto. Sem rodeios", enfatizou Celso.
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