O presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, deputado Josué Neto (PSD) chamou, na manhã desta quinta-feira, de “pavulagem” a reviravolta no chamado “Plano Dubai”, que seria a alternativa do governo federal para substituir a Zona Franca de Manaus (ZFM). Pavulagem é uma expressão regional que significa “contar vantagem” com empáfia e arrogância.
Na quarta-feira, o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade (Sepec), do Ministério da Economia, Carlos Alexandre da Costa, disse, durante audiência pública na Câmara dos Deputados, que o “Plano Dubai” é um projeto que ainda não existe de fato.
“Quando se falou em Plano Dubai todo mundo reagiu. Não existe e é uma pavulagem. [É uma proposta] Passou na cabeça de alguém. Não fiquei surpreso com as palavras do secretário Carlos Alexandre. Ele afirmou que o Plano Dubai não existe e foi divulgado na imprensa nacional após conversa em off. E o governo federal não teve o trabalho de desmentir. Eles consideraram todo nós como índios e fica o meu repúdio a essa brincadeira que foi feita conosco e a falta de respeito com a Zona Franca de Manaus”, declarou o presidente Josué Neto da tribuna.
O deputado Wilker Barreto (PHS) ponderou que o governo federal não se preocupou em desmentir a proposta, causando constrangimentos ao modelo econômico.
“Foi uma conversa de boteco, porém repercutiu no Polo Industrial de Manaus. O Plano Dubai é um projeto secundário à nossa matriz econômica. Na economia, as palavras do governo federal têm força. Não desmentiram, causando mal-estar e repercutindo no polo industrial. Temos um modelo que precisa ser defendido. Não precisamos dessa maldade em um modelo que já vem sendo atacado continuamente”, avalia o parlamentar, que participou da reunião na Câmara dos Deputados.
Contradição
O Plano Dubai é uma referência ao emirado que, no passado, previu o fim de suas reservas de petróleo e gás. De acordo com a reportagem da Folha de São Paulo, a proposta da Sepec previa o estímulo à economia em cinco polos: biofármacos, turismo, defesa, mineração e piscicultura.
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