Após o massacre que resultou na morte de 55 internos dentro dos presídios do Amazonas, durante domingo (26) e segunda-feira (27), as visitas estão suspensas por 30 dias. A informação é da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
Ao total, foram mortos 40 detentos, sendo 25 no Instituto Penal Antônio Trindade (IPAT), quatro no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), um no Centro de Detenção Provisória Masculino 1 (CDPM1) e seis Unidade Prisional do Puraquequara (UPP): 6 detentos.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), o monitoramento da inteligência e a intervenção rápida da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), com as forças de segurança pública do Estado, evitaram que o número de presos mortos fosse ainda maior.
Segundo o titular da Seap, coronel Vinicius Almeida, os presos estavam na tranca e algumas possíveis vítimas identificadas, cerca de 200, foram trocadas de celas.
No início da tarde, policiais começaram a ocupar os presídios para separar outros presos jurados de morte. As equipes do Grupo de Intervenção Penitenciária (GIP) e do Batalhão de Choque da Polícia Militar começaram a atuar pelo Centro de Detenção Provisória Masculino 1 (CPDM 1), separando presos de celas. Na ocasião, dois detentos tentaram fazer agentes de ressocialização de reféns, mas foram contidos por tiros e, posteriormente, encaminhados para atendimento hospitalar.
“Detectamos através da inteligência que estava se preparando mais uma ação dentro da cadeia para cometer mais crimes. Todas as cadeias estavam trancadas e a ação imediata foi deslocar a tropa de choque em todas as celas. Começamos no CDP e depois nos demais presídios. Enquanto a tropa avançada, eles matavam as pessoas por mata leão, dentro das celas”, disse o secretário de administração penitenciária.
Briga interna da FDN
A procuradora geral de Justiça, Leda Mara Albuquerque, afirmou que o massacre foi causado por uma disputa interna de liderança em uma única facção criminosa. Segundo ela, o Ministério Público já solicitou a transferência de líderes de facções do Amazonas para presídios federais. "Não houve confronto entre facções, e é isso o que sabemos até aqui. Esses episódios iniciaram no dia de ontem (domingo), e vamos continuar apurando essas causas", afirmou.
A chefe do MP ainda salientou que cinco promotores de Justiça que atuam na área de execução penal estiveram nas unidades prisionais, e presenciaram algumas situações de confronto. Segundo ela, a Força Nacional tem uma atuação limitada dentro do presídio.
"Tivemos mortes de presos dentro das suas celas por estrangulamento e por estocadas, tanto com escovas de dentes como por ferro. Penso que uma ação mais contundente e mais eficaz, principalmente da Força Nacional, pudesse ter evitado essa situação que tivemos hoje".
Mín. ° Máx. °