O ministro da Economia, Paulo Guedes, está numa frente de articulação para tentar tirar da presidência da Confederação Nacional do Comércio (CNC) o empresário José Roberto Tadros, ex-presidente da Federação do Comércio do Estado do Amazonas (Fecomercio-AM).
Tadros ficou à frete da entidade patronal amazonense por mais de 30 anos e em 2018 foi eleito presidente organização nacional, numa disputa que acabou revelando investigações contra ele no Tribunal de Contas da União (TCU).
Essas investigações dão conta de que ele, enquanto Fecomercio e dirigente do Serviço Social do Comércio alugou para o Sesc um edifício de sua propriedade no valor mensal de R$ 18 mil.
Além do pagamento do aluguel, o contrato previa ainda que o Sesc iria reformar o prédio locado por José Tadros para a instituição sem direito a pedir indenização pelos gastos e sequer questionar os termos propostos por ele mesmo.
A reforma custou ao erário público cerca de R$ 1 milhão.
O prédio fica rua Epaminondas com a Henrique Antony, no Centro Histórico de Manaus.
Agrados
Mesmo com as vísceras expostas e dirigir parte de um orçamento de quase R$ 20 bilhões, do Sistema S, composto por verbas públicas, que o governo Bolsonaro pôs o olho desde que foi eleito no ano passado, Tadros não intimidou-se a dar para si próprio um luxuoso apartamento num dos endereços mais caros do Brasil já como presidente da CNC.
A compra foi para ele e seu diretor financeiro.
Paulo Guedes em ação
Agora, José Roberto Tadros terá que enfrentar Paulo Guedes, revelou neste domingo o jornal Folha de S. Paulo.
“Agora, Guedes conta com o TCU (Tribunal de Contas da União), que julgará um pedido da Fecomércio do Distrito Federal para anular o resultado da eleição. O argumento é que integrantes da chapa vencedora respondem a processos criminais e, como dirigentes, tiveram contas reprovadas pelo TCU. Segundo a Fecomercio, isso impediria até a formação da chapa pelo estatuto da CNC”, diz um trecho da reportagem.
Para Paulo Guedes, segundo a reportagem, Roberto Tadros faz parte do grupo liderado pelo atual presidente do Sebrae, João Henrique Souza, indicado pelo ex-presidente Michel Temer, preso na semana passada.
João Henrique também está na mira da faxina que o ministro realizar no Sistema S.
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