O presidente em exercício Hamilton Mourão disse nesta sexta-feira que espera a aprovação da reforma da Previdência na Câmara e no Senado até o começo de agosto, após o término do primeiro semestre. A declaração foi dada em uma entrevista concedida à Rádio Gaúcha.
A previsão inicial do governo era aprovar o texto antes do final do recesso parlamentar, ainda no primeiro semestre. Mourão foi cauteloso e disse que a medida deveria ser aprovada de 30 a 40 dias depois.
— A minha avaliação desde o começo é que a reforma estaria votada nas duas Casas no final de julho, começo de agosto. Eu não acho que até o final de junho a gente conseguiria essa aprovação. Acho que mais uns 30, 40 dias após o término do primeiro semestre — declarou Mourão.
Na mesma entrevista, o presidente em exercício foi perguntado sobre a relação do governo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, após Maia ter sido alfinetado pelo filho de Jair Bolsonaro, o vereador Carlos Bolsonaro, em uma rede social. Um dia após a postagem do filho do presidente,Maia sinalizou que vai esperar o Planalto tomar as rédeas da articulação política para coordenar a votação da proposta e disse que não irá mais ajudar a negociar a participação de partidos no Executivo.
Sem citar Carlos Bolsonaro, Mourão amenizou o episódio, disse que cabia ao governo lembrar ao presidente da Câmara que "as redes sociais não têm nada a ver com a opinião do governo" e ressaltou que Maia era um "apoiador incondicional das ideias do governo":
— Se por acaso o presidente Rodrigo ficou incomodado com isso, compete a nós do governo lançarmos as pontes e conversarmos com ele, lembrar que as redes sociais não têm nada a ver com a opinião que todos nós do governo, membros do executivo, temos sobre ele. Eu considero, particularmente, o deputado Rodrigo Maia como um apoiador incondicional das principais ideias que nós temos e conto, assim como todos nós no governo, com o apoio dele — defendeu Mourão.
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Ele foi perguntado ainda se participação assídua dos filhos de Bolsonaro nas redes sociais, opinando sobre diversos temas, atrapalhava o governo. Mourão voltou a reclamar das redes sociais, disse que lá "tinha muita fofoca" e que o governo deveria concentrar o trabalho na implementação das reformas:
— Essa questão dos filhos é uma adaptação. Eu, por exemplo, não dou bola para rede social. Se a gente for dar bola para rede social, a gente não faz outra coisa. Acho que nós temos que nos concentrar no nosso trabalho, ter a resiliência necessária para implementar as reformas que o país precisa e olhar menos para essa questão de rede social. Tem muita fofoca nisso aí — concluiu.
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