Os recibos de ações (ADRs, na sigla em inglês) da Vale são negociada com forte queda após a notícia de rompimento de barragem da mineradora em Brumadinho (MG). Os papéis caem 7,37%, cotados a US$ 13,76, mas no pior momento chegaram a cair mais de 10%. Hoje não há negócios na Bolsa brasileira devido ao feriado em São Paulo.
A Vale ainda não fez nenhum comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre esse acidente, mas informou à imprensa que que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia. Ainda não há confirmação se há feridos no local.
A barragem que rompeu é da mina Feijão, responsável pela produção de minério de ferro. A empresa trabalhava para a expansão da operação nessa área e em dezembro a Vale conseguiu licenciamento ambiental para dar prosseguimento a esse processo.
As ações da Vale respondem por 11,39% do Ibovespa, que é o principal índice de ações do mercado local. Na avaliação de André Perfeito, economista-chefe da corretora Necton, o reflexo da desvalorização dos ADRs deve se refletir na negociação das ações na B3, na segunda-feira.
"Muito provavelmente, veremos aumento de volatilidade que está bastante baixa nos últimos dias. A questão fica agora na mão do governo, que terá que lidar rapidamente com essa situação, uma vez que tem se posicionado contra o fortalecimento do Ministério do Meio Ambiente. Isso é particularmente sensível para investidores estrangeiros", avaliou o economista.
O acidente ocorre pouco mais de três anos após o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco (joint-venture entre Vale e a anglo-australiana BHP Billiton), que resultou no vazamento de 62 milhões de metros cúbicos de lama de rejeitos de minério e deixou 19 mortos, além de milhares de desabrigados e impactos ambientais que se estenderam aos estados da Bahia e do Espírito Santo.
As operações da Samarco seguem suspensas e devem ser retomadas em 2019, segundo informou a Vale em 2018.
Nas vésperas do acidente, as ações da Vale eram cotadas pouco abaixo dos R$ 16. O acidente fez com que os papéis perdessem valor nos pregões seguintes. A cotação só voltou para esse patamar no início de março de 2016.
Próximo de Belo Horizonte
O rompimento se deu na tarde desta sexta-feira, na região de Mário Campos e Córrego do Feijão, no município de Brumadinho, na região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a Defesa Civil, há possíveis vítimas, e os moradores que moram na parte mais baixa da cidade serão retirados das casas.
Nas redes sociais, a prefeitura da cidade publicou um alerta para que a população não fique perto do leito do Rio Paraopeba. Moradores informam que acessos à cidade estão fechados.
Segundo informações preliminares, a barragem que se rompeu é usada para recirculação de água da planta e contenção de rejeitos em eventos de emergência. No site da Vale, consta que ela tem cerca de um milhão de metros cúbicos.
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