A equipe econômica do presidente eleito, Jair Bolsonaro, estuda apresentar um projeto de revisão para o Mercosul. E uma das ideias é transformar o bloco, que hoje é uma união aduaneira, em uma área de livre comércio, segundo uma fonte próxima às negociações. O modelo seria mais semelhante ao antigo Nafta, que reúne EUA, México e Canadá. A ideia é que o país não precise adotar uma tarifa externa comum, o que abriria espaço para mais acordos bilaterais.
O tema deve ser um dos tratados por Paulo Guedes em seus compromissos nesta segunda-feira no Rio, em que se reúne com investidores chilenos e almoça na Firjan. Hoje, há 11 níveis tarifários da união aduaneira do Mercosul, cujas alíquotas variam de zero a 20%. São membros fundadores do bloco Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Demais países da América do Sul são considerados estados associados.
— Na área de livre comércio, cada um negocia com quem quiser, não existe tarifa externa comum. Só que entre eles não existem barreiras tarifárias. Continuamos no Mercosul, ninguém pensa em sair do Mercosul — disse a fonte.
De acordo com a fonte, que frisou que os planos ainda não estão prontos, o mais certo seria que qualquer projeto de mudança fosse proposto após o avanço do acordo entre União Europeia e Mercosul. Na semana passada, a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que o acordo tem menos chances de sair sob o governo Bolsonaro.
O tema também deve surgir durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, previsto para 22 de janeiro. Para mudar o status do bloco, seria necessário um acordo entre os membros. Mas a aposta é que o plano seria viável, considerando a importância econômica do Brasil na região e o alinhamento com a Argentina, cujo presidente, Mauricio Macri, também tem perfil mais liberal.
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