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Guilherme Schelb, cotado por Bolsonaro para a Educação, é defensor do Escola Sem Partido

Procurador regional da República também já criticou a ministra do STF Cármen Lúcia e a ONU

22/11/2018 às 14h26
Por: Jéssyca Seixas Fonte: O Globo
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Reprodução/Facebook
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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou nesta quinta-feira que o nome de Guilherme Schelb,  procurador regional da República do Distrito Federal, é cotado para o Ministério da Educação (MEC). A declaração veio um dia depois de Mozart Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, ser apontado como uma possibilidade para a pasta, o que gerou uma forte reação de deputados da bancada evangélica. Bolsonaro chegou a negar no Twitter que houvesse uma definição para o cargo.

Guilherme Zanina Schelb está no Ministério Público da União (MPU) desde 1991, é membro da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure) e conhecido por defender o projeto Escola Sem Partido, que impõe regras sobre o comportamento dos professores em sala de aula e a abordagem de assuntos como educação sexual e de gênero. Nas redes sociais, ele se posiciona contra o socialismo e contra a "ideologia de gênero".

Pelo Twitter, o jurista também já criticou uma fala da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre os riscos do conservadorismo. Em uma entrevista ao portal UOL no início de novembro, a ministra afirmou: "Estamos vivendo uma onda perigosamente conservadora em termos de costumes". Na rede social, Schelb publicou a reportagem com o seguinte comentário:

"A ministra do STF acha um perigo para a democracia ser defensor da família e contra a legalização das drogas e do aborto! Já a ditadura do proletariado e o extermínio físico da burguesia não são lá tão perigosos. Ah, tá!!".

Palestrante

Schelb tem um site que leva seu nome. Na página, ele se apresenta como mestre em Direito Constitucional pela UFPR, professor e palestrante sobre temas da infância, família e educação.

Ele entrou no MPU em 1991 e atuou como promotor de Justiça da Infância em Brasília de 1992 a 1995. O hoje procurador regional do DF oferece, no site, cursos on-line de Educação. Um deles é intitulado "Família Educa, Escola Ensina". Ele é autor, ainda, de livros como "Conflitos e violência na escola".

Em um vídeo publicado no YouTube pela Igreja Presbiteriana de Pinheiros, o procurador comenta que é preciso resistir à "ideologia de gênero" — termo rechaçado por estudiosos da educação, por dar sentido pejorativo a discussões sobre a desigualdade de gênero.

Críticas a ONU e a Marcuse

Em outro vídeo de uma palestra sua disponível no YouTube, ele chega a criticar a Organização das Nações Unidas (ONU) por estimular, segundo o procurador, a sexualidade de crianças.

"Isso não é só do Brasil, isso é da ONU. Os materiais que vêm da Unesco já contemplam esta ideologia cultural disfarçada. (...) Está travestida de direitos humanos uma política abusiva de instrumentalização das crianças para a sexualidade", disse o procurador.

Também em uma palestra registrada em vídeo, ele afirma que "menino é menino, e menina é menina", afastando a ideia da transexualidade:

"O pretexto é 'nobre': defender as minorias e combater o preconceito, mas, na verdade, o que estão fazendo é uma profunda degradação, porque menino é menino, e menina é menina. Eles estão querendo exatamente romper a noção de masculinidade nos meninos e de feminilidade nas meninas", exclamou ele.

Schelb também acusa, durante palestra disponível no YouTube, o sociólogo e filósofo alemão Herbert Marcuse de incentivar a erotização de crianças:

"Herbert Marcuse, nesse livro (Eros e a Civilização), defende que as crianças sejam libertadas do que ele chama de logos grega: abandonar a razão grega dominadora, para ser uma razão hedonista, do prazer. E o que ele propõe para essa revolução, que visa destruir a família? Erotizem as crianças. A erotização, a pedofilia, sexo com animais, sexo com cadáveres: isso ele escreve no livro. É o que estamos vivendo agora (...) essa regulação onde a criança tem autonomia de vontade sexual. Esse é o princípio da pedofilia, que é um instrumento da revolução. Porque erotizar crianças vai gerar crianças que estão muito pouco abertas a formarem família, (já que) a mente vai ser alterada. A psicologia explica: crianças erotizadas são crianças que têm comprometimento da sua cognição, ela vai ter um desenvolvimento intelectual e afetivo aquém do que teria", disse ele.

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