O governo de Amazonino Mendes (PDT), candidato à reeleição, está sendo investigado na esfera federal por crimes de estupro e mortes em um presídio de Manaus.O secretário de Estado de Administração Penitenciária, Cleitman Rabelo Coelho, e o diretor do Centro de detenção Provisória Masculino II (CDPM), viraram alvo de investigação do Ministério Público Federal (MPF), por suspeita de atos de improbidade administrativa “que violam os princípios da administração pública”.
Cleitman, que foi nomeado durante a gestão de José Melo (Pros), continuou no cargo após a cassação do político, passando pelas administrações do ex-governador interino, David Almeida (PSB), e do atual governador, Amazonino Mendes (PDT) – os dois últimos, candidatos ao Governo do Estado.
O inquérito civil, instaurado pelo órgão, no último dia 23, e publicado nesta segunda-feira, 27, foi pautado em “denúncias de estupro de uma visitante, mortes de custodiados, motim e fugas, sem que as autoridades responsáveis tenham tomado as necessárias medidas preventivas e repressivas a tais ocorrências”.
Atualmente, o diretor do CDPM II é Raimundo Aroldo Lucas de Maceda, que assumiu há poucos meses o cargo, após a última fuga registrada pela Seap. A unidade fica localizada na BR-174, que liga Manaus a Boa Vista (RR).
Durante a fuga, pelo menos 35 detentos deixaram o presídio por um túnel próximo ao pavilhão 5, em maio de 2018. A maioria continua foragida. À época, Márcio André Araújo Pinho respondia pela unidade prisional. Ele também já era diretor na ocasião em que uma menina de 8 anos esteve no local para visitar o pai, e foi estuprada por um conhecido da família, em julho de 2017.
O inquérito civil público foi instaurado através da portaria m 4, de 23 de agosto de 2018, e está sob a responsabilidade do procurador da República, Felipe Pessoa de Lucena. O prazo regimental do procedimento é de um ano, prorrogável pelo tempo que se fizer necessário.
Histórico
Em fevereiro deste ano, a juíza da 3a Vara do Tribunal do Juri, Patrícia Macêdo Campos, decretou a prisão preventiva de Márcio André Araújo, por não levar detentos às audiências e julgamentos por júri popular.
Dias antes, dois detentos deveriam ter comparecido para julgamento, mas apenas um deles foi encaminhado ao tribunal, o que levou ao cancelamento da sessão. À época, a juíza informou que ele responderia por prevaricação
Em nota, a Seap informou que ainda não foi notificada do inquérito do Ministério Público Federal e que irá contribuir com informações necessárias.
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