A amazonense Luciana Vieira, 39, passou por momentos de muita tensão e desespero na cidade de Tigre, na Venezuela, nesta terça-feira (21) durante o terremoto que ocorreu a 22 quilômetros de Irapa, cidade ao Norte de Venezuela, distante 400 quilômetros de Tigre. “Foi a pior coisa que senti na minha vida”, disse.
Os tremores em Tigre tiveram maior intensidade em relação aos sentidos em Manaus, conforme o relatado pela amazonense. Luciana estava no segundo andar do Shopping San Remo Mall, com a sua filha, uma amiga brasileira e outra Venezuela, quando sentiu o forte tremor que chegou a 7,3 de magnitude na costa Norte do País, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
“Estávamos fazendo compras e ao passar em frente a um salão de beleza, nós começamos a sentir o forte tremor. A sensação é a mesma de quando passam tratores grandes do seu lado. As pessoas começaram a correr e eu pensei que eram saqueadores, por conta da situação que passa a Venezuela. Entrei em uma loja porque queria me esconder com a minha filha, mas a minha amiga venezuelana falou para eu não entrar. Os vidros começaram a tremer, chão e tudo, e a luz foi embora. Então segurei na mão da minha filha e comecei a correr”, declarou, ainda muito emocionada.
“Joguei meus sapatos porque estavam me atrapalhando. A minha mão parecia que havia grudado nela. Eu dizia: ‘Senhor, não deixa minha filha morrer nesse lugar soterrada. Queria criar asas e sair voando. Quanto mais perto da porta, mais tudo tremia e tinha medo de olhar para cima e ver alguma coisa desabando”, acrescentou Luciana, agora mais calma. Segundo ela, até chegar na casa onde está hospedada, não passou nenhuma ambulância ou viatura da polícia dando informações ou instruções às pessoas.
Luciana retorna na próxima segunda-feira para Manaus. “Espero nunca mais passar por uma situação como essa”, finalizou a amazonense que costuma a ir com frequência no país vizinho. Em Manaus, o Corpo de Bombeiros recebeu 15 chamados de emergência em decorrência do forte tremor.
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