Publicidade

Faculdade de medicina no Japão baixava notas de mulheres para limitar ingresso delas na instituição

Diretor-geral da universidade confirmou o caso e pediu desculpas publicamente. Escândalo envolve filho de funcionário do Ministério da Educação japonês

07/08/2018 às 17h03
Por: Jéssyca Seixas Fonte: G1
Compartilhe:
Divulgação
Divulgação

A universidade de Medicina de Tóquio, no Japão, admitiu, nesta terça-feira (7), que baixou as notas das mulheres no concurso de admissão com o objetivo de limitar o número de estudantes do sexo feminino e se desculpou por essas velhas práticas discriminatórias.

"Traímos a confiança do público. Apresentamos nossas mais sinceras desculpas", declarou à imprensa o diretor-geral dessa universidade, Tetsuo Yukioka, sobre uma prática há anos em vigor.

Práticas como estas "nunca deveriam acontecer", acrescentou o vice-presidente, Keisuke Miyazawa, garantindo que a escola fará provas equitativas a partir do próximo ano.

O caso foi revelado na semana passada pelo jornal "Yomiuri Shimbun", que apontou que a escola agiu assim para garantir que as mulheres admitidas não passassem de 30% do número total de estudantes.

"Com frequência, as mulheres renunciam a serem médicas quando se casam e têm filhos", disse uma fonte ao jornal japonês, na tentativa de justificar a falsificação das notas.

Ainda segundo a imprensa local, essas irregularidades começaram em 2011, mas uma investigação interna demonstrou que essas práticas remontam a 2006, afirmou hoje a agência de notícias Kyodo.

Apadrinhamento político

Essas práticas foram descobertas no âmbito de investigações sobre outro caso na mesma universidade, acusada de ter favorecido a admissão do filho de um influente membro do Ministério da Educação. Com as investigações, os jornais descobriram outros casos similares.

Trata-se de "discriminação com as mulheres pura e simples", disse um dos advogados encarregado de uma investigação na instituição por este caso que indignou o país.

A ministra da Mulher, Seiko Noda, denunciou à emissora pública japonesa de televisão NHK:

"É extremamente preocupante, se a universidade impede o êxito das mulheres no concurso [de admissão] com a desculpa de que é difícil trabalhar com mulheres médicas", disse a ministra Noda.

As mulheres japonesas são, em geral, instruídas. Os hábitos de trabalho no país, onde se costuma fazer muitas horas extras, com frequência as obriga, porém, a abandonarem suas carreiras, depois que decidem formar uma família.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
°

Mín. ° Máx. °

° Sensação
km/h Vento
% Umidade
% (mm) Chance de chuva
20h00 Nascer do sol
20h00 Pôr do sol
Sáb ° °
Dom ° °
Seg ° °
Ter ° °
Qua ° °
Atualizado às 20h00
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,12 -0,87%
Euro
R$ 5,48 -1,10%
Peso Argentino
R$ 0,01 -0,89%
Bitcoin
R$ 347,028,72 -1,53%
Ibovespa
126,768,78 pts 1.7%
Publicidade