Uma equipe de reportagem do programa dominicial "Fantástico", da TV Globo, desembarcou em Manaus e já está em busca de informações a respeito da denúncia de pedofilia contra o desembargador aposentado Rafael Romano. A informação foi confirmada na manhã desta sexta-feira (23), no programa Manhã de Notícias, da Rádio e TV Tiradentes.
Ex-juiz da infância e da juventude e desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), Rafael de Araújo Romano, 73, foi denunciado na última quarta-feira (21) no Ministério Público (MP-AM) por abuso sexual contra a própria neta, hoje com 15 anos. A mãe da adolescente, a advogada Luciana Pires, informou que os abusos ocorriam desde que a menina tinha sete anos.
Defesa do magistrado
O desembargador aposentado não quis dar entrevista. O advogado dele, José Carlos Cavalcanti, informou que o magistrado nega todas as acusações e tanto ele quanto a família se dizem surpresos em relação às declarações feitas por Luciana e a adolescente, durante o Termo de Declaração feito ao MP-AM. Ele disse que o cliente deve aguardar o posicionamento da acusação, já que até o momento, nenhuma notificação feita pelo Ministério Público ou Polícia Civil (PC) foi designada ao desembargador.
“Ele nega veementemente ter praticado qualquer ato contra a própria neta e que não tinha conhecimento de nenhuma das histórias relatadas nas redes sociais. Nós aguardamos agora algum posicionamento deles, para apresentarmos uma defesa clara e que comprove a inocência do meu cliente”, declarou.
Carreira jurídica
Rafael de Araújo Romano sempre foi considerado um magistrado exemplar e não recaí sobre ele nenhuma acusação anterior de crimes de qualquer natureza. Ele entrou para a Magistratura em 1977, onde por três décadas atuou como juiz da infância e juventude, se destacando por uma atuação rigorosa contra crimes sexuais, até ser promovido a desembargador em 2008 pelo critério de antiguidade.
No TJ-AM, em 2014, foi o relator do caso e autor do voto que levou à condenação do ex-prefeito de Coari Adail Pinheiro a dez anos e onze meses de prisão por pedofilia. Na 2ª Instância, entre 2014 e 2015, ele também relatou a ação originária “Operação Estocolmo”, que investigou uma rede de exploração sexual infanto-juvenil.
Em 2007, ainda juiz da infância e da juventude, Rafael Romano lançou a primeira edição do livro “Compreensão facilitada do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”.
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