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Médico suspeito de comandar desvio de verbas no AM convocou mãe de santo para atingir desafetos, diz PF

Mouhamad Moustafa chegou a ser preso, mas está em liberdade. Ex-governador e ex-secretários são suspeitos de esquema.

08/01/2018 às 21h22 Atualizada em 08/01/2018 às 21h59
Por: Portal Holofote Fonte: G1/AM
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Médico Mouhamad Moustafa é apontado como chefe de uma esquema de desvio de verbas na saúde pública no Amazonas (Foto: Reprodução/Rede Amazônica)
Médico Mouhamad Moustafa é apontado como chefe de uma esquema de desvio de verbas na saúde pública no Amazonas (Foto: Reprodução/Rede Amazônica)

 

Investigações da operação "Maus Caminhos", que apontam desvio de dinheiro público no sistema público de saúde do Amazonas, mostram desentendimentos entre o ex-secretário de Saúde Wilson Alecrim, que está preso, e o médico apontado como chefe do esquema, Mouhamad Moustafa. Em uma conversa interceptada pela Polícia Federal, Moustafa recorre a serviços de uma mãe de santo para fazer um "trabalho" contra Alecrim. Ele dizia estar sendo ameaçado pelo ex-secretário.

Mouhamad Moustafa e Wilson Alecrim são citados em um esquema de desvio de verbas, apontado no desdobramento da operação "Maus Caminhos". O ex-governador José Melo (PROS), a esposa dele e outros ex-secretários foram presos suspeitos de envolvimento no caso.

Relatórios de inteligência da investigação mostram que os dois tinham proximidade, mas também havia hostilidade entre eles. Um dos documentos relata que apesar de Wilson Alecrim, segundo a investigação, receber vantagens do esquema, ele e Moustafa se desentenderam algumas vezes.

Em razão disso, o empresário recorreu a serviços de uma mãe de santo. Mouhamad envia uma mensagem com o nome completo e a data de nascimento do ex-secretário. Depois diz que estar sendo perseguindo.

Na mensagem, ele reforça e pede um trabalho forte em cima dele.

"Minha mãe esse nome com data de nascimento que te mandei é do Secretário de Saúde do Estado do Amazonas preciso urgente que a senhora intervenha ele está me perseguindo, criando mentiras e chegou a me ameaçar. Ele é um bandido e quer acabar comigo preciso que trabalhe forte em cima dele (SIC)", diz

A mãe de um dos filhos dele também teria recebido os serviços. Ele diz que a ex-mulher está tentando prejudicá-lo. A última mensagem é do dia 11 de dezembro de 2014.

No dia seguinte, 12 de dezembro, a mãe de santo envia resposta dos trabalhos.

Sobre a operação

O grupo é suspeito de participar de um esquema de desvio de verbas na Saúde do Estado. A Maus Caminhos apontou o envolvimento deles em 2016. Ex-secretários e o ex-governador José Melo estão entre os presos ao longo das três fases da operação.

Os investigados possuíam contratos firmados com o Governo do Estado para a gestão de unidades de saúde, que era feita por meio do Instituto Novos Caminhos (INC), instituição qualificada como organização social.

As investigações que deram origem à operação demonstraram que, dos quase R$ 900 milhões repassados, entre 2014 e 2015, pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) ao Fundo Estadual de Saúde (FES), mais de R$ 250 milhões teriam sido destinados ao INC.

A participação do ex-governador, da esposa, Edilene Oliveira, e de ex-secretários no desvio de verbas da saúde foi identificada por meio de conversas telefônicas interceptadas entre o irmão de José Melo, Evandro Melo, e Mouhamad Moustafa.

Presos nas três fases da Maus Caminhos

- José Melo, ex-governador do Amazonas - prisão preventiva;

- Evandro Melo, irmão dele e ex-secretário de Administração e Gestão - prisão preventiva;

- Wilson Alecrim, ex-secretário de Saúde - prisão preventiva;

- Afonso Lobo de Moraes, ex-secretário de Fazenda - prisão preventiva;

- Pedro Elias, ex-secretário de Saúde - prisão preventiva;

- Edilene Gomes Oliveira, ex-primeira-dama - prisão preventiva

Também são suspeitos

- Raul Zaidan, ex-chefe da Casa Civil;

- Mouhamad Moustafá, médico

Raul Zaidan e Mouhamad Moustafá tiveram indeferidos pedido de prisão preventiva. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) confirmou que eles foram liberados.

Além de Moustafá e Zaidan, a decisão também envolve Keytiane Evangelista e José Duarte Filho. No documento, o juiz plantonista Wendelson Pereira Pessoa pontua que não foram verificados "fatos novos aptos à decretação de prisão preventiva dos investigados".

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