Cônsul honorário da Bulgária no Brasil, o gaúcho João Gilberto Vaz é dono de uma empresa que vende imagens de satélite e embaixador da Casa da África, a maior casa temática feita para os Jogos Olímpicos Rio 2016. É conhecido no mundo dos negócios por sua ousadia, a pontos de já ter comprado um clube de futebol no Brasil, formado por craques árabes refugiados. Em suas andanças pelo Amazonas, pousou os olhos sobre o personagem de quadrinhos Curumim, criação do jornalista e cartunista amazonense Mário Adolfo, e viu um potencial para transformar o indiozinho em um produto que possa representar, em nível internacional, não só “o último herói da Amazônia”, “mas o orgulho do Brasil”.
“Um país que está precisando de heróis do bem e de mensagens humanistas”, comenta Vaz.
Confira a entrevista:
— O personagem Curumim tem 34 anos. Como o senhor teve acesso a esse trabalho do amazonense e o que mais lhe atraiu nos quadrinhos?
João Vaz – Através de uma amiga que conheceu o jornalista Mário Adolfo. Daí tivemos uma primeira reunião e já pudemos alinhar as nossas ideias sobre como promover esse personagem único do Amazonas. Vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para promover o Curumim mundo afora. Já visitei mais de 140 países em todos os continentes do planeta e já quebrei até o recorde do Livro do Guinness como o passageiro com maior coleção de cartões de embarques, portanto acho que me credencio como alguém que conhece bem o mundo e posso assim ajudar o criador do Curumim a encontrar as parcerias corretas para promover o nosso personagem em um contexto global.
— E como o senhor pretende investir no Curumim para inseri-lo no mercado dos quadrinhos e de marcas internacionais?
JV – Eu acredito que o Curumim é o personagem natural e absoluto para representar o melhor do Amazonas e da Amazônia. Temos que implementar uma estratégia de levar o personagem para eventos internacionais e criar produtos associados ao personagem. Os Oriente Médio e Ásia são potenciais mercados para a difusão do personagem sempre associando o mesmo a marcas, produtos e projetos únicos da Amazônia e principalmente do Amazonas.
— É verdade que o Curumim vai estar na Jata, a maior feira de negócios do Japão?
JV – Sim. Tive a ideia, juntamente com a Oreni Braga, da Amazonastur, de promover o personagem Curumim como nosso “embaixador” na segunda maior feira de turismo do mundo. O Curumim deverá ser a nossa mascote do evento lá em Tóquio.
— O senhor acredita que o Curumim pode conquistar mercados naquele país?
JV – Não somente o personagem de quadrinhos, mas o produto Curumim. O mais importante será promover o Curumim como “o ultimo herói da Amazônia e o orgulho do Brasil”. Estamos precisando no momento de notícias e fatos novos e, de preferência, que sejam positivos. O personagem reflete um Brasil sério e vencedor. Com certeza podemos conquistar novos mercados para o Curumim como um catalisador da conscientização da preservação da Floresta Amazônica.
–– O senhor pretende promover um encontro do Curumim com a Hello Kitty. Esse contato com os criadores da personagem japonesa já foi feito?
JV – Sim. Está agendado uma visita ao Parque Puroland que é o parque oficial da Hello Kitty. Já fiz contato com os diretores para apresentar-lhes o personagem Curumim. Ficaram fascinados com esse fato inédito de organizar um encontro com o personagem original da Amazônia com a mundialmente famosa e poderosa Hello Kitty. Vejo sinergias para realizarmos algo em conjunto, até mesmo porque a Hello Kitty poderia fazer muito mais sobre a questão ambiental e especialmente se se associar com o seu “amiguinho” Curumim.
— Os que os diretores da empresa que detém a marca Hello Kitty acharam dessa ideia de um encontro com o Curumim?
JV – Adoraram a ideia. Estamos conversando em total confidencialidade sobre os eventuais termos de uma parceria, portanto temos que aguardar a vindoura visita ao Japão, em setembro. Podem existir outros interesses dos japoneses especialmente no que se refere a Zona Franca de Manaus e produtos associados a essa iniciativa.
— Que projetos que estão sendo desenvolvidos por sua empresa deverão adotar o Curumim como símbolo do Amazonas e do Brasil?
JV – Se eu fosse o governador do Amazonas eu adotaria o Curumim como a mascote oficial do Estado. Utilizaria em todos os documentos e papeis timbrados, logos oficiais e criaria um conceito de promover o personagem com muito mais afinidade. Imagine o potencial de criarmos algo (no futuro) como a Hello Kitty. A minha opinião é de que se tivermos apoio (primeiro) em nossa casa fica muito mais fácil de obtermos apoio no âmbito internacional.
— O que existe de fundamento na informação de que existem chances do “último herói da Amazônia” fazer parte de um parque temático?
JV – Já fechamos a parceria com o criador do personagem para que o Curumim seja o mascote oficial do Amazonas Biopark (parque temático original do Amazonas que está sendo modelado), assim como a iniciativa do “Fly Amazonas” que será um programa de compensação de emissões de carbono voltado a atender o segmento de empresas aéreas globais. Já estou elaborando tratativas com empresas aéreas globais para que o Curumim seja o tema da revista de bordo para as crianças e adolescentes como uma maneira de conscientizá-los da importância da Amazônia. Somente uma dessas empresas tem mais de 200 aeronaves e realiza diariamente mais de três mil voos diários para mais de 140 países. Imaginem o impacto para a promoção do Amazonas se conseguirmos colocar essa revista de bordo infantil nessa magnitude de alcance global. Por isso, vamos necessitar de muito apoio do Governo para termos o reconhecimento local sobre o personagem. Tudo isso será formalmente anunciado durante o evento da Jata, em Tóquio – Japão.
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