Uma quadrilha de assaltantes que invadia casas em Manaus foi presa pela Polícia Civil, na tarde de domingo (2). Segundo a polícia, os suspeitos agiam com violência, mantinham famílias reféns e sob a mira de armas. Um dos presos responde a mais de 30 processos por roubos e furtos na Justiça do Amazonas.
No mês de março, várias residências foram alvos de criminosos nas zonas Norte e Centro-Sul da capital. Durante ação, os assaltantes rendiam famílias, agrediam e ameaçavam de morte enquanto roubavam pertencentes das vítimas.
Os casos chamaram atenção da polícia e a Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD) investigava há um mês a quadrilha.
Na tarde de domingo, os assaltantes fizeram mais uma família vítima ao invadirem uma residência na Rua 51 no bairro Nova Cidade. A proprietária do imóvel, uma funcionária pública, de 53 anos, disse que dois homens armados entraram na casa depois de um vizinho sair da residência e deixar o portão aberto. Havia quatro adultos e cinco crianças na casa.
“Nos colocaram em um quatro. Eles foram violentos agrediram meu sobrinho e chutaram meu filho. Exigiram dinheiro e joias. Levaram alianças, celulares, R$ 500 em dinheiro e o carro modelo Onix. O nosso carro foi achado abandonado na Compensa”, revelou a funcionária pública.
Depois do novo assalto, a equipe da DERFD fez buscas pelos suspeitos e conseguiu, por volta das 15h30, prender três envolvidos na Avenida Jacira Reis, no bairro São Jorge. Maique Feitoza da Silva, de 36 anos, Felipe de Souza Rodrigues, 30, e Daniel Augusto Siqueira, 28 anos, foram detidos. Os três estavam em carro modelo Prisma, de cor vermelha, roubado em fevereiro deste ano. O veículo estava com placas clonadas.
Minutos depois, a polícia conseguiu prender, em flagrante, o quatro suspeito de integrar a quadrilha. Samuel de Jesus Santos, de 21 anos, foi abordado na Avenida São Pedro, bairro Compensa. Ele estava no carro modelo Onix roubado da família no bairro Nova Cidade. Objetos roubados também estavam no veículo. Um revólver calibre 38, com seis munições intactas, foi apreendido.
Segundo o delegado titular da DERFD, Adriano Felix, a quadrilha é investigada em mais de dez roubos a residências na capital. Dentre eles, uma casa no bairro Novo Aleixo, outra no conjunto Shangrilá, no bairro Parque Dez, uma no bairro São Jorge e um mercadinho no conjunto Beija-Flor.
“São mais de dez inquéritos onde essa associação criminosa é investigada a respeito de roubos a residências, onde esses infratores aproveitavam a vulnerabilidade das vítimas no momento que elas saíam de casa ou quando chegavam do trabalho. A partir daí, rendia todos, amarravam, aterrorizavam, pediam dinheiro e joias. Não temos dúvida que, com a prisão desses indivíduos, o roubo a residência diminuirá na capital”, disse o delegado.
Todos os suspeitos têm passagem na polícia pelos crimes de roubo e furto. Porém, Maique Feitoza é conhecido da polícia e tem uma vasta lista de crimes. De acordo com a Polícia Civil, ele responde a 33 processos no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).
Os quatro presos foram autuados por roubo majorado e associação criminosa armada. Maique Feitoza, Felipe de Souza, Daniel Augusto e Samuel Santos não quiseram comentar as acusações da polícia durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (3).
A polícia ainda não tem uma estimativa do prejuízo gerado pelos criminosos. Porém, em um dos casos, os assaltantes levaram R$ 40 mil em mercadorias e bens de vítimas. A violência dos bandidos deixou famílias traumatizadas.
“Foi um pânico e tinha criança na casa. Eu tinha uma sobrinha dormindo sozinha quando eles entraram. Pegaram o que eles puderam levar e o prejuízo não é só material. É psicológico, porque estou desde quarta-feira sem conseguir dormir. Será que as pessoas de bem não têm direito aos Direitos Humanos? Porque ninguém veio oferecer um copo com água, ninguém veio perguntar como estou?”, desabafou Neoniza Felix, administradora que teve casa invadida pela quadrilha no dia 29.
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