Corpos de amazonenses mortos em operação no RJ começam a chegar ao Amazonas
Confira a lista dos amazonenses que já foram identificados e que faziam parte do CV.
 Reprodução/Internet              Os corpos de nove amazonenses mortos durante a operação policial realizada na última semana nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, começaram a chegar ao Amazonas neste domingo (2). A transferência deve continuar ao longo da semana, à medida que são concluídos os procedimentos no Instituto Médico-Legal (IML) do Rio.
A ação, considerada a mais letal da história recente do país, resultou em 121 mortes, das quais 117 são apontadas como integrantes de facções criminosas, além de quatro agentes de segurança.
Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, seis dos nove mortos naturais do Amazonas já tiveram identidade e naturalidade confirmadas. A presença de pessoas do Norte do país entre os mortos evidencia, segundo investigações, a atuação de lideranças do crime organizado da região em articulação com o Comando Vermelho (CV), facção com forte presença no território fluminense e crescente influência na Amazônia.
Entre os identificados estão suspeitos de integrar o alto escalão do crime organizado no Amazonas, como:
- Francisco Myller Moreira da Cunha, conhecido como “Gringo” ou “Suíça” – natural de Eirunepé (AM), nascido em 27/10/1993
 - Douglas Conceição de Souza, o “Chico Rato” – natural de Manaus (AM), nascido em 05/12/1992
 - Waldemar Ribeiro Saraiva, “Fantasma” – natural de Manaus (AM), nascido em 24/10/2004
 - Cleideson Silva da Cunha, “Loirinho” – natural de Manaus (AM), nascido em 23/10/2000
 - Hito José Pereira Bastos, “Dimas” – natural do Amazonas, nascido em 30/04/1994
 - Lucas Guedes Marques – natural de Manaus (AM), nascido em 30/10/1996
 
Os nomes dos três amazonenses restantes ainda não foram divulgados oficialmente.
De acordo com a Polícia Civil, 78 dos mortos tinham antecedentes criminais graves, 43 eram considerados foragidos, e mais de 50 eram oriundos de outros estados — entre eles, nove do Amazonas e 15 do Pará. O levantamento reforça a hipótese de que o Rio de Janeiro tem sido utilizado como base de apoio e articulação nacional da facção.
Durante a operação, foram apreendidos 93 fuzis, incluindo armamentos de origem estrangeira, avaliados em cerca de R$ 12,8 milhões. A polícia afirma que o material seria destinado a rotas do tráfico e a bases da facção na região amazônica.
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro informou ter solicitado o acompanhamento das perícias no IML, com base em dispositivos da ADPF das Favelas. O pedido, no entanto, foi negado pela Polícia Civil, o que gerou críticas de entidades de direitos humanos sobre a transparência dos procedimentos.
Os corpos estão sendo enviados a municípios do Amazonas, onde familiares organizam os velórios e sepultamentos.
 
 
 
 
 
 
 
 


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