Durante a inauguração do Centro Cultural Thiago de Mello, no Jorge Teixeira, zona leste de Manaus, o Governador José Melo foi direto ao afirmar: “Não entendo porque querem transferir para mim uma responsabilidade que não é minha”, ele se referia à situação que envolve sucessivos aumentos na tarifa do transporte coletivo da Capital amazonense.
O Governador, que já está com a popularidade no chão, tenta sair ileso do desgaste político causado pela indesejada, mas já batizada, “Tarifa Melo”, de R$ 3,80 que os usuários do sistema terão que pagar a partir do próximo sábado (25). Entretanto, a verdade é que, assim como a Prefeitura de Manaus, o Governo do Amazonas também é responsável por desenvolver políticas para manter a estabilidade e o bom funcionamento do sistema de transporte coletivo.
A contribuição do Governo do Amazonas era representada por subsídios sobre o ICMS e o IPVA, concedido às concessionárias do serviço e previstos no orçamento estadual. Ao retirar estes subsídios, o Governador repassou de maneira repentina para a Prefeitura de Manaus uma carga financeira de mais de R$ 17 milhões, impossível de ser assumida de pronto. Esse é o principal motivo para o novo aumento, assim nasceu a “Tarifa Melo”.
Outra demonstração de que o Governo do Amazonas tem sim responsabilidade, neste caso, irresponsabilidade, com o transporte coletivo, é o pagamento realizado por Omar Aziz e José Melo, para a empresa CR Almeida S/A Engenharia de Obras. Pela Elaboração de Projeto Executivo, Construção, Fornecimento e Implantação de um Sistema Monotrilho para a Região Metropolitana de Manaus/AM – que nunca saiu do papel – a empresa recebeu pagamento no valor R$ 26 milhões.
O discurso e os argumentos politiqueiros e convenientes do Governador do Amazonas apenas confirmam a fala proferida pelo renomado poeta amazonense Thiago de Melo, ainda durante a inauguração do Centro Cultural que leva seu nome. “Eu sou um brasileiro, que pela minha carreira de escritor e de poeta, eu canto a esperança. É preciso ter muita força pra manter a esperança diante da situação em que se encontra o País. Mas esses líderes são despreparados”, disse o poeta, de costas para José Melo.
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