O julgamento do ex-jogador brasileiro Daniel Alves, iniciado nesta semana em Barcelona, Espanha, tem sido marcado pela defesa enfática da versão de que ele estava profundamente embriagado durante o suposto incidente de agressão sexual em uma boate. Esta é a quinta versão apresentada por Alves e sua equipe legal, em uma tentativa de mitigar as consequências legais caso ele seja condenado.
Durante o julgamento, a advogada de defesa, a esposa de Alves, Joana Sanz, amigos próximos e até mesmo o psicólogo que acompanhou Alves ao longo do último ano têm defendido a narrativa de que ele estava excessivamente alcoolizado na noite do incidente.
Esta tática legal visa explorar as disposições do Código Penal espanhol, que consideram o estado de intoxicação como um atenuante em casos de agressão sexual. No entanto, o código especifica que este atenuante só se aplica em casos de “grave adição” de substâncias como álcool.
Em seu depoimento, Alves admitiu ter consumido grandes quantidades de bebida alcoólica, incluindo garrafas de vinho, doses de uísque e gim tônicas, antes do incidente na boate Sutton, onde a suposta agressão teria ocorrido.
Apesar de a estratégia da defesa se basear na intoxicação como atenuante, médicos que testemunharam no julgamento confirmaram ter encontrado material genético de Alves no corpo da espanhola que alega ter sido estuprada. Os médicos confirmaram a presença de DNA de Alves em exames realizados em fevereiro do ano passado, quando o processo ainda estava sob segredo de Justiça.
O julgamento, que estava previsto para ser concluído nesta quarta-feira, pode ser estendido até quinta-feira, caso o depoimento de Alves se prolongue. O ex-jogador, que chegou algemado à sessão, deve falar após o testemunho dos médicos.
Além disso, um psicólogo que acompanhou a mulher que fez a denúncia relatou que ela desenvolveu sintomas pós-traumáticos ao ouvir pessoas falando em português, idioma que Alves e seus amigos falavam na boate onde o suposto estupro teria ocorrido.
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