Apesar do enfrentamento da seca deste ano, que já é considerada histórica, e com o município em estado de atenção, a prefeita de Nhamundá (a 382 quilômetros de Manaus), Marina Pandolfo (PSD), pretende gastar quase R$ 1 milhão em locação de lanchas e embarcações.
Segundo licitação que consta na edição do Diário Oficial Eletrônico (DOE) dos Municípios do Amazonas, publicada na última segunda-feira (2), são nove itens contratados pela prefeitura. Desses, serão 310 diárias contratadas para cada tipo de embarcação, exceto a balsa com rebocador que será contratada por 12 meses e custará R$ 13 mil a diária, totalizando em R$ 156 mil a soma dos doze meses.
Os valores da diária das outras embarcações variam de R$ 200 a R$ 400. Somando todos os valores das 310 diárias, chega-se ao montante de R$ 931 mil com este contrato.
Conforme o documento, o aluguel das embarcações “é para atender às necessidades da prefeitura e secretarias municipais de Nhamundá”.
Nhamundá é um dos 32 municípios que estão sendo afetados pela seca histórica no Amazonas, o município, inclusive, aparece em estado de alerta no Boletim de Estiagem divulgado pelo governo estadual.
Procurada pela reportagem, por meio de ligações, mensagens e redes sociais, para falar a respeito do assunto, a prefeita não foi encontrada, tampouco as ligações ou mensagens foram retornadas até o fechamento dessa matéria.
Gestão cercada por polêmicas
Com apenas nove meses de mandato, a gestão da prefeita de Nhamundá acumulava processos de investigação contra possíveis irregularidades em licitações e casos de nepotismo na administração municipal. Em uma única edição do Diário Oficial do Ministério Público, no dia 21 de setembro de 2021, a gestora já aparecia com pelo menos três casos de investigação do órgão de controle.
Em um desses processos, Marina Pandolfo virou alvo de um procedimento administrativo e uma recomendação para exoneração, no prazo de 30 dias, a partir daquela data, de todos os servidores de cargos comissionados, além de dispensar funcionários lotados em funções de gratificação que sejam parentes da prefeita, do vice-prefeito Neto Carvalho (PTB), dos secretários e vereadores.
No mesmo documento, Pandolfo também deveria detalhar ao MP sobre um possível desvio de recursos públicos por meio de pagamentos indevidos de benefícios previdenciários, pelo Instituto Municipal de Pensão e Aposentadoria, a servidores públicos, lotados na Secretaria Municipal de Educação. O desvio teria ocorrido entre 2015 e 2017.
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