Em seu perfil na rede social Facebook, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), lamentou a divulgação negativa da cidade em todo o mundo, após o massacre que deixou mais de 50 mortos no Compaj. “Lamento, com enorme pesar, que todo o esforço feito para divulgar Manaus positivamente em eventos como a Copa 2014, as Olimpíadas, nosso réveillon pacífico e ordeiro (quase 500 mil pessoas) e o Amazon Live, tenha ido águas abaixo, com as manchetes nacionais e internacionais que registraram e registram a selvageria ocorrida e suas funestas consequências.
Uma dessas consequências poderá ser a vingança, por parte dos criminosos do Primeiro Comando da Capital (PCC), contra os criminosos da Família do Norte. Tudo que não deveria existir nem nos nossos piores pesadelos. ”, escreveu o prefeito.
Arthur alavancou o turismo na capital e em todo o Estado com ações que contribuíram para o sucesso de grandes eventos, como a Copa do Mundo, em 2014, as Olimpíadas do Rio e o Amazônia Live, em 2016.
Porém, toda a imagem positiva de Manaus construída por Artur foi destruída em menos de 48 horas pelo governador José Melo (Pros), que agora corre o risco de ser afastado do cargo em definitivo pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ainda acabar preso.
Melo é acusado, entre outros crimes, de ter negociado apoio de traficantes, integrantes de uma facção criminosa do Amazonas, em troca de votos nas eleições de 2014.
O governador já foi cassado em janeiro de 2016 pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas por compra de votos e só se mantém no cargo por conta de um recurso impetrado por seus advogados, que ainda não foi julgado pelo TSE.
O prefeito Arthur Neto disse ainda que é contra a reativação da Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, localizada no Centro de Manaus, para receber presos ameaçados de morte no Compaj. “Considero obviamente inadequada a colocação de presos na extinta penitenciária Raimundo Vidal Pessoa, situada em plena avenida 7 de setembro, pela absoluta incapacidade de ali se garantir a disciplina e o cumprimento das decisões legais geradoras das condenações em tela. Nada parecido com a chacina do Compaj poderá e/ou deverá repetir-se em nossa cidade. ”, disse Arthur.
E por fim, o prefeito concluiu a publicação afirmando que enviou à Câmara Municipal de Manaus, um documento para impedir que o governo construa presídios no perímetro urbano da cidade. “Estou enviando mensagem à Câmara Municipal de Manaus, propondo modificação no Plano Diretor e, por esse meio, proibindo a construção de presídios no perímetro urbano da cidade. As razões são simples: a) não tenho poder de polícia para agir diretamente contra o crime organizado; tenho, por outro lado, o dever permanente de proteger, pelos meios a minha disposição, o povo que fui eleito para governar; b) em caso de fuga de presídios, como agora mesmo aconteceu no Compaj, quanto mais distantes estiverem os fugitivos da população ordeira, tanto melhor e menos grave; c) a ação policial será facilitada, porque barreiras certamente serão estabelecidas, tornando menos difícil o trabalho de recaptura.”, finalizou Arthur Neto.
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