Não há vagas disponíveis para internação em leitos dos hospitais privados de Manaus, sejam para leitos clínicos ou para unidades de tratamento intensivo (UTI). A informação foi confirmada pela diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), Rosemary Pinto, na manhã desta segunda-feira (4), que também informou que o Amazonas está na fase de 'alerta roxa', considerada como 'muito alta', a maior na escala que mede os riscos da pandemia, em uma escala que vai do amarelo, laranja, vermelho e, por último e mais grave, o roxo.
Segundo Rosemary, o crescimento no número de internações nas unidades privadas de Manaus nos últimos 14 dias foi de 163%. Quando obervado a procura apenas por internações em UTIs desses hospitias, o aumento foi de 113% no mesmo período. "Isso signfica que a rede privada de hospitais está com 100% de lotação. Todas as unidades privadas estão com seus leitos clínicos e de UTIs ocupados", revelou a diretora da FVS.
Ainda segundo Rosemary, além das internações por Covid-19, contribuíram para esse aumento nas buscas por leitos outras doenças respiratórias, comuns ao período chuvoso do Amazonas.
"Temos um período sazonal de outras síndromes respiratórias. Estamos verificando a incidência de rinovírus juntamente com sintomas da Covid, onde algumas pessoas sentem os sintomas do novo coronavírus e que podem ser diagnosticadas erroneamente com a doença errada. Nos próximos meses vamos começar a ter também a circulação de H1N1 e vírus como o da dengue, zica, rotavírus, entre outros, que podem aumentar o número de internações", disse.
"Também temos registrado, e chamamos atenção dos pais, para o aumento de casos de vírus sincicial respiratórios em crianças menores de 5 anos e principalmente nos menores de 1 ano. Há necessidade de prestarmos atenção dobrada nesses sintomas gripais nas crianças", alertou.
Hospitais públicos
A grande procura por leitos nos hospitais privados, com a consequente lotação das unidades hospitalares, resulta no aumento de procura por leitos na rede pública de saíude do estado. "Essa lotação na rede privada leva a uma pressão adicional sobre o sistema público, uma vez que esses pacientes que não tem acesso em hospitais privados, vão para os públicos", disse.
Dados da FVS mostram que entre o início de novembro e o final de dezembro, o número de casos em Manaus passou de 1.573 para 3.452, com aumento de 120%. Em todo o Amazonas, o aumento foi de 47%, passando de 3.690 casos para 5.431, no mesmo período. Somente nas últimas duas semanas, o aumento no número de leitos ocupados na rede pública de saúde foi de 94%, entre leitos clínicos e de UTI. Quando analisado somente o aumento na ocupação de UTIs públicas, o aumento foi de 59%.
Segundo o governador Wilson Lima, a rede pública de saúde está se expandindo para poder acomodar o máximo de pacientes possíveis, com a abertura de novos leitos no Hospital Delphina Aziz, HPS 28 de Agosto e até mesmo em outras undiades de saúde, como o Hospital Universitário Getúlio Vargas e FCecom, além de vagas exclusivas para grávidas com Covid em maternidades do Amazonas.
O grande aumento de casos nos últimos meses também resultou em aumento de 66% na média móvel de óbitos no Estado nos últimos 14 dias.
A junção do coronavírus com as síndromes gripais faz com que a precaução e a higiene pessoal sejam fundamentais, afirma Rosemary.
"É fundamental que a população tenha total adesão às medidas preconizadas pelos órgãos de saúde. Nesse momento, nós não devemos nos aglomerar. É fundamental o uso de máscaras que vai previnir não apenas os casos da Covid, como também a transmissão de outras síndromes gripais. Temos que lavar as mãos com água e sabão com frequência, e quando não é possível, usar o álcool em gel", concluiu.
Procura imediata
Rosemary Pinto também destacou a importância da procura por suporte médico o mais rápido possível para evitar agravamento da doença.
"A população não deve esperar o seu quadro de saúde se agravar para buscar a rede de saúde. Se você começou com sintomas gripais, procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima da sua residência. Se você tem febre ou dificuldade para respirar, procure o pronto socorro, Unidade de Pronto Atendimento ou SPA mais próximo de você. Também notamos o aumento de sepultamento de pessoas que tinham doenças crônicas em casa e ficaram com receio de procurar ajuda medica devido ao covid. Esses pacientes não devem parar de fazer seus tratamentos e acompanhamento medico.", alertou.
POR: PEDRO SOUSA
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