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Com nova alta de casos de Covid-19, venda de cloroquina volta a crescer

Pessoas continuam buscando o remédio, mesmo com diversos estudos mostrando que ele é ineficaz no combate ao coronavírus

28/12/2020 às 09h11
Por: Fernanda Souza Fonte: Metrópoles
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Reprodução
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Com a segunda onda da Covid-19 no Brasil, voltou a crescer a procura por cloroquina e hidroxicloroquina em farmácias privadas. A alta acontece apesar de diversos estudos já terem demonstrado que a substância é ineficaz no combate ao novo coronavírus. Em novembro, último mês com informações, houve aumento de 23,7% na venda dos medicamentos na comparação com outubro.

As informações estão no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC), que “monitora as movimentações de entrada (compras e transferências) e saída (vendas, transformações, transferências e perdas) de medicamentos sujeitos à escrituração no SNGPC comercializados em farmácias e drogarias privadas do país”, explica a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O fornecimento de informações ao sistema é obrigatório, e “o não envio ou inclusão de dados no SNGPC é uma infração sanitária”, explicou a agência reguladora. Os números foram agregados e analisados pelo (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles.

O gráfico a seguir mostra quantas caixas de hidroxicloroquina foram vendidas nas farmácias e drogarias privadas no Brasil desde março. Além disso, as colunas somam o total de casos de Covid-19 notificados por mês no Brasil. Como é possível perceber, as duas curvas têm semelhanças.

Questionado sobre o uso da hidroxicloroquina para combater à Covid-19, a Anvisa se limitou a responder que “não há indicação em bula para tal uso”.

Médico infectologista e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Julival Ribeiro é taxativo. “Não existe nenhum antiviral eficaz para o tratamento da Covid-19. A única coisa que nós temos realmente hoje para tratamento é corticoide, e somente para aqueles casos em que as pessoas estão entubadas ou precisam de oxigênio”. De acordo com o especialista, o melhor jeito de se proteger atualmente contra a doença no Brasil continua sendo as medidas preventivas.

Em outubro deste ano, a Organização Mundial da Sáude (OMS) concluiu que a cloroquina e outros remédios eram ineficazes no combate ao novo coronavírus. O estudo demonstrou que Remdesivir, hidroxicloroquina, Lopinavir e Interferon têm “pouco ou nenhum efeito em pacientes hospitalizados com Covid-19”.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é um defensor de primeira hora da cloroquina, e continuou divulgando o remédio mesmo depois de a OMS indicar a sua ineficácia. Em uma live realizada no dia 10 de dezembro deste ano, o mandatário do país voltou a tocar no assunto e ainda recomendou que, caso o médico não receite o fármaco, o correto seria trocar de profissional da saúde.

A aposta do chefe do Executivo na cloroquina teve diversos efeitos. Além de promover um medicamento que não funciona no combate à Covid-19, há um estoque encalhado do composto em diversas cidades brasileiras.

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