Publicidade

Tensões e dependência marcam a relação entre Brasil e China em 2020

Este ano foi marcado por ataques brasileiros ao país asiático, como as declarações sobre "vírus chinês", "espionagem tecnológica" e racismo

24/12/2020 às 12h19
Por: Fernanda Souza Fonte: Metrópoles
Compartilhe:
Reprodução
Reprodução

A China é a maior parceira comercial do Brasil há uma década. A despeito disso, o ano de 2020 apresentou novos capítulos do imbróglio diplomático que marca a relação entre os dois países desde a posse de Jair Bolsonaro (sem partido), em janeiro de 2109: críticas públicas à China, chamando o coronavírus de “vírus chinês, e acusações de “espionagem tecnológica” em relação a 5G deram o tom desse convívio.

No que tange às relações comerciais, a fatia da participação chinesa nas exportações brasileira subiu para 33% no acumulado de janeiro a novembro de 2020, gerando um saldo positivo de US$ 32,6 bilhões, de acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), que foi incorporado à pasta da Economia. Em 2019, a fatia tinha sido de 28%, com saldo de US$ 25 bilhões.

Os Estados Unidos, que são o segundo maior parceiro comercial, representam 9,9% da exportação no acumulado deste ano, gerando déficit de US$ 3 bilhões.

Os três principais itens da pauta de exportação brasileira são soja, minério de ferro e petróleo. No acumulado de janeiro a novembro de 2020, a China adquiriu 73% das importações brasileiras de soja; 71% da exportação de minério de ferro; e 60% de petróleo.

O professor de Economia Guilherme Mello, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), assinala que o Brasil é mais dependente da China do que o inverso.

“Os produtos que o Brasil exporta para China são commodities, produtos menos sofisticados, que ela pode encontrar alternativas em outros fornecedores e ela já está fazendo isso nos últimos tempos, comprando soja de outros lugares, até mesmo minério de ferro de outros fornecedores”, pontua Mello.

“Por sua vez, os produtos que a China constrói são uma especialidade própria, produtos manufaturados, telecomunicação, mais complexos. São produtos que, por sua natureza mais complexa, não têm tantas alternativas assim. Então, cria certa dependência, porque não produz e não tem tantas alternativas para substituir”, acrescenta Mello.

O professor de Relações Internacionais Renan Holanda, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), destaca, contudo, que o peso da China no Brasil não se traduz apenas nas relações comerciais entre os dois governos. Holanda aponta as relações subnacionais do país asiático com o governo de São Paulo, com o setor do agronegócio, com o Fórum de Governadores do Nordeste e até com a Câmara dos Deputados para sustentar essa avaliação.

Esses dados refletem um pouco do peso que o país asiático possui na economia brasileira, mas foi a retórica anti-China, associada à postura dos Estados Unidos, que mais movimentou a diplomacia brasileira neste ano.

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
°

Mín. ° Máx. °

° Sensação
km/h Vento
% Umidade
% (mm) Chance de chuva
20h00 Nascer do sol
20h00 Pôr do sol
Sáb ° °
Dom ° °
Seg ° °
Ter ° °
Qua ° °
Atualizado às 20h00
Publicidade
Publicidade
Economia
Dólar
R$ 5,13 +0,01%
Euro
R$ 5,58 +0,03%
Peso Argentino
R$ 0,01 -0,19%
Bitcoin
R$ 356,245,78 +0,32%
Ibovespa
128,283,62 pts 0.2%
Publicidade